terça-feira, 19 de julho de 2011

É aqui que reflito mais. Consigo colocar no papel anseios meus. Coloco também, os meus desapontos. Funciona mais ou menos como um final de ano pra mim. Sim, porque a alguns dias completei mais um inverno! É um mês lindo, incrível! É um mês sensível, sublime! Antes de terem me tirado da casa em que eu estive por nove meses, deixaram que eu respirasse toda a sensibilidade desse inverno quente. Pra alguns sem cor, pra mim de todas as cores. E que a quase dezoito anos atrás, eu chorava pela primeira vez, sorria pela primeira vez. Abria meus olhos para um novo lar! Como o zodíaco fala um pouco de mim, regida pela ar, moro dentro de uma casa singular que eu mesma construí como boa geminiana. O tempo frio dessa estação me ensinou a ver num quadro ou numa flor, além deles. Me ensinou que usar casacos nem sempre indicam ter frio. E que tirar a roupa nem sempre indica transpiração intensa.

Junho, sexto mês do ano Mercúrio dá o brilho intelectual, a vivacidade, a sensibilidade e o mistério que outorga também ao homem, fazendo da geminiana uma agradável companheira. Junho... Férias, ficar na cama vendo filme e comendo pipoca. Tomar chá quente, enquanto observa no espelho a ponta do nariz gelada e vermelha. Junho, mês que eu conheci essa esfera ímpar, e resolvi me enclausurar no seio dessa terra.

Mística me fiz e me faço sempre que algo tenta acrescentar explicações acerca do que sou, do que estou. Eles falam que através do meu signo, gemeos, essas são características perceptíveis em mim: . Na realidade, ele acha que todos sAs aventuras amorosas podem ser muito intensas. O egoísmo geminiano, e a generosidade de de Leão, criarão conflitos interiores. Mas quando a junção funciona, é praticamente garantido o sucesso. Sua inteligência é rápida e dá impressão de ser um poço inesgotável de argumentos. Põe emoção e sentimento em tudo que faz. E tem a incrível capacidade de aproveitar a vida, como uma menina que sempre se diverte. É generosa e carinhosa com aqueles que permite entrar em seu circulo de amizade. Se alguém tentar domá-la ganhará um belo desprezo. Ela quer ser tratada pelo homens de igual pra igual. É mais resistentes do que outras mulheres, para sofrimentos amorosos. E tranquilamente tolera que seu homem passe uma noite no bar com amigos. Mas o principal, não se toca, não se diz... O dia que alguém descobrir, posso ser arrancada facilmente como uma flor murcha, pois não terei mais graça alguma em estar, ficar.Umas das características mais marcantes de pessoas do signo de gêmeos é a INSTABILIDADE. Tal atributo, porém, não implica em ter desvio de caráter. A questão é que tanta inconstância acaba sendo essencial para compor todo o charme do signo de gêmeos.

O problema é quando juntamos tudo isso com a famigerada TPM e... voilá! Entra em cena a mulher que resolve tudo com o cérebro e não com o coração, que cansa facilmente de uma vida monótona, que quer mudança, ou resumindo, a mulher geminiana. Junho, codinome Eu!

Não sei beijar o amor...

Eu não sei. Nunca soube beijar o amor. Talvez boca seca, talvez seja salivante demais. Talvez mãos que fogem uma da outra. Talvez, só falta de sorte. Eu não sei beijar minha alma. Talvez seja tão malfadada. Talvez, só falta de sorte e mais nada. Nas noites em claro do mais profundo sono de fuga do corpo. Durmo, sonho, corro só para te esquecer. Almofadas vermelhas, luzes escuras, o vento transparente... Você, um lugar seguro que não posso me refugiar. O amor são meus dedos, minhas unhas cravadas nas pálpebras tuas. O amor é minha teia, veia, pés. Oh amor, eu não sei beijar-te. Eu não sei te fazer dançar. Procuro ritmos descompassados, malfeitos, desleixados... encontro você, tão perfeito e drástico. Oh amor, eu não sei beijar. Entre permanecer e morrer com teu veneno doce... fico! Fico sem saber o que fazer, porque a velocidade da paixão que tenho, ultrapassa a digitalidade das fotos que são rápidas em registrar-te parada, fugaz. E já me pergunto. E já me respondo. Eu não sei beijar, amor meu, princípio da minha lealdade expressiva e das falas poeticossintetizadoras.

Eu e meu anacronismo. Eu e meu antagonismo. Uma toupeira, um bicho romântico que não sabe falar ao celular. Que anda em contramão à evolução. Que quer retornar, mas sabe que as pernas não suportariam sozinhas e que quer seguir em frente, mas sabe que os cabelos mudaram de cor. Não sei mais tocar borboletas, nem revolver vulcões. Muito pior ou menos, sei ajeitar meu jardim com bancos coloridos para que você repouse. Encontrei uma placa no caminho arborizado pelo qual caminhava e ela balbuciava assim: "Aqui mora teu remédio. Vire à direita". Segui em frente e li outra: "Passaste por teu remédio e não o tocou. Beba a tua dor. Vira à direita". Em outra placa mais a frente ouvi os seguintes dizeres: "Senta, ouve, pára. O amor também ensina a beijá-lo. Embora não tenha manual, ele te explica o que não cabe em livros. Fique. Espere. Respire. Não vá para direita, nem para esquerda, nem ande, nem volte. Fique".

Me peguei a pensar nisso tudo. E assustada esfregando os olhos com as mesmas lágrimas ácidas, percebi que tenho várias placas dentro de mim. Mas que sendo o amor movedor de toda a minha poesia (sim! Poesia que é a vida minha), eu deveria me guiar somente por ele. Apesar de nunca ter sabido beijá-lo de forma eternal, eu posso esperar que ele me beije. Me ensine, me dê palmadas. Desenhe flores ou pedras em meus caminhos. Me tire a miopia, me tire toda a razão que movem os homens sem fé e sem emoção. Aprendi que posso beijar maçãs, ou livros, ou violões, ou fotos, ou vidas. E não preciso saber fazê-lo. A desconstrução é a maior dádiva que o ser pode guardar nos seios. Quebrar ondas de mar e fios elétricos é desconstruir, porque você aprende que o beijo não é tudo,mas um dia ainda vou beijar "o amor".

Maior que td!

Eu queria ser maior, mais alto. Queria ser livre como os pássaros, leve como o vento, brilhante como o sol, doce como as nuvens de algodão. Queria ser como os poetas, sem residência fixa, roupas ou relógio.
Os meus passos desenham minha silhueta fatiada. O meu canto se perdeu em algum lugar sem estrada. Tento encostar em mim, repousar, mas a inquietação é a mesma. A agonia de ir embora do que me fiz é intensa e constante.
Eu procuro corpos para abrigar a minha alma cansada. Eu procuro você, para cuidar das minhas feridas, secar minhas lágrimas, ser meu herói, meu vilão... Mas você não existe! Você só sabe habitar os meus desejos e pensamentos de explicação à minha existência quase nuclear.
Nunca contemplei tua face. Nunca ouvi tua voz. Suas mãos não quiseram tocar as minhas e o seu olho não quis ser o meu. Eu te procuro em cada móvel do meu quarto, eu te guardo nas cartas que fiz para lhe inundar com elas quando você chegar pra mim.
Você é só um estranho... Eu não sei nada sobre teus caminhos, nem o compasso da tua respiração. Porque você não joga pedras na minha janela às duas da manhã? Porque não me beija enquanto durmo ou me rapta do lugar comum onde vivo?
Eu, te crio em mil espetáculos de nascimento dos mais variados tipos de existência. Eu te rezo, te escrevo, te leio, te peço... Nasça pra mim! Que o pó te sopre em meu coração. Que meu coração seja o palco onde você encene. Que o palco seja eterno como o beijo que sonho em guardar.
Me faça rir e minta pra mim. Não seja tão sincero nunca. Me transporte a lugares inabitados e me faça chorar de raiva e de agonia na ausência tua. Me faça sentir vontade de correr mil léguas ao teu lado e de voltar mil vidas para viver todas elas com teu perfume.
Me deixa ser teu pesadelo e teu sonho bom. Teu espanto e tua alegria. Teu esporte e tua política. Tua religião e falta de fé. Me deixa ser teu passado colorido e o seu presente no futuro.
Quero deixar de levar a vida tão a sério com você. Falar de sorvetes de pistache e colher amoras que pintam as mãos e os dentes nas árvores que terão nosso nome escrito ao lado de uma poesia sob título - ETERNIDADE.
Meu Ser vai ser maior, mais alto quando você se materializar; quando você me tirar para dançar aquela música que ainda vou inventar só para nós dois. Porque meu corpo é só uma parte sem você, mas inteira é meu desejo de ser fotografada um dia.
Eu e você, querido amor sem nome, desconhecido, seremos dois meios de um inteiro e completo estágio do amor-primeiro, do amor-último, do amor-verdade, do amor-razão, do amor-infinito, do amor-maior, do amor.
E SEREMOS...

Me amarás

Amarás! Este é teu mandamento perpétuo. Quero abraços como os teus, criança minha! Quero mãos que suavizam como as tuas, sorriso meu. Amarás! Não há culpa em conjugar o verbo. Nem aqui, nem por lá, à outrem! Se te coloco em minha vida, não permito que saias nunca mais. Se minha boca beija teus pés, feito o sal beija a água do mar, não te deixo caminhar sem as pernas minhas pra te sustentar entre as veredas, entre os campos dourados de gramas lisas.

Queria te fazer como pintura, como o Criador moldura sua Cri-Ação. Soprar-te-ei as primeiras palavras de doçura, banhar-me-ei da alma tua em canto e poesia, e verei repousada tua sombra nas pedras de cores vizinhas do Ártico. Sua pele assim na minha, seu jeito de me olhar; o jeito com que tocas minha face, aquele jeito de pirraça que insiste em ficar. Da pouca idade que temos, dos poucos instantes que conseguimos morar juntas, nos nossos mundos inventados e longínquos, digo que queria ancorar barco e desejar me deitar. Sentir os elementos da natureza a se moverem como ondas nos órgãos nossos. Que o coração pudesse falar e cantar nossos nomes em coro alto com o sol elevado de mar.

Que a paixão que vem não se vá! Não, não sou boa, só! Amarás!

Somente eu e vc

Ah, como é bom sentir saudade de um alguém que te completa... De um alguém que te arranca suspiros e sorrisos e sabores... De um alguém que entrou sem pedir licença e construiu morada ampla, com jardim e garagem. Ah, como é bom me lembrar da delicadeza dessas mãos artesanais, desse sorriso estonteante, desse abraço de sublimação, da intensidade do contato nosso.
Eu fico estática aqui, em meu local de escrever, causos e casos... Eu fico paralisada aqui, diante da sua figura... Boqueaberta, diante da conclusão de que o amor não precisa doer pra ser amor... De que existe sim, reciprocidade e de que "até quem me vê lendo o jornal na fila do pão, sabe que eu te encontrei"! É tão real. É tão humano e divino, esse enlace. Me sinto pronta para enfrentar qualquer coisa ao teu lado, anjo meu... Estou segura de que quero você comigo por longas datas, criança minha. Estou certa da quantidade infinita de álbuns escritos e silenciosos que nossas vidas escreverão.
Ah, como é bom te ter aqui comigo... E contar os segundos pra sentir teu cheiro... E te ligar pra não dizer nada; dizer coisas sem sentido, esperar você dizer que me adora e que quer muito que eu esteja contigo. Ah, como é bom te confidenciar meus segredos, saber como foi o seu dia, receber e guardar os beijos teus dentro do lugar mais lindo que há em mim. Você é real. O colorido mais belo dos meus dias tem sido a presença sua. E vejo as utopias partindo pra longe, num barco em que eu escrevi "Eu te amo" em letra ultra-romântica, em véu curto de percepção acerca do amor. E vejo as literaturas inventadas, que têm nome e sobrenome, e cor, e música, e endereçamento de cartas antigas, partirem sem deixar muito rastro; porque o que eu toco me agrada. Porque agora faz sentido. Não, não há coincidências, criança minha! Era pra ser... Eu sei!
Eu quero caminhar contigo entre galáxias e mundos e céus... descalça, nua, desarmada! Somente eu e você.

Amor de Julieta

Sabe, meu amor... Meus dias são incontáveis com a presença tua. Estes teus olhos de Capitu, esses seus lábios de Literatura-viva-experimental. Sabe, meu amor... O pulsar do corpo teu é veneno doce em minha corrente sanguínea, em meu sistema... Nervoso! Pensamental! É intenso, é vermelho, é puro, é infantil, é humano, é! Quem há de pensar que dentro desse corpo frágil, existe uma força selvagem, um extinto quase nuclear? Quem há de pensar que meu coração está tão assim apaixonado, amor meu? Invento-me, recrio-me, espero-te... Beijo-te, amo-te, sinto-te em cada sussurro e respiração tua. Líquidos! Você é minha dança, minha música, minha inquietação, meu livro-vivo, meu papel em chamas, meu edifício a balançar. Quem há de pensar que poderei eu me afastar do sorriso teu, escultura minha? Diz pra mim, que tua alma há de morar em mim, por mais trezentos mil anos... "Sou tua, amor"! Esse coração meu, parece avião de Atenas, rumo às Índias. Rumo... Rumo... Direção: Você é! Tudo é tão leve, tão lindo, tão romance, tão filme de amor. Temos trilha sonora, papel de parede, canção no celular. Temos jeito de olhar, química na pele, carinho nas mãos, no ato de tocar. Temos coragem! E nossos nomes, deveriam deixar de se chamar, Dry, ou Maria, ou Julieta... Deveríamos nos chamar: Coragem! Porque a felicidade nos basta... e se você está feliz, os céus derramam chuvas de abraços em meus olhos... E eu emudeço, finjo, brinco, estou... Sobretudo, feliz por demais! Eu quero caminhar com você em todos os mundos, meu amor. Cantar todas as canções que o vento nos trouxer. Quero ser tua boca na minha, como explosão nos Fahrenheit! Quem há de dizer que a felicidade nossa é clandestina? Quem há de negar o brilho em nossos olhos? Olhos de Julieta no plural.

domingo, 17 de julho de 2011

De perto quem é normal?

Me lêem, mas não me vêem. Não assim, maquiada e com a pele obstruída em base, pó e blush. É engraçado como sabem vocês das minhas tantas dores, ansiedades e complexidades, e nunca, nem sequer, tenham me visto cara à cara. Pensei nisso enquanto entrava no supermercado e comprava barras de cereal, e uma menina me fitou. E concluí com uma frase que já ouvi por aí, não sei aonde e nem a autoria: "de perto, ninguém é normal".
Como o Bis em partes. Primeiro a parte de cima, depois o recheio, a parte do meio, de novo o recheio e só apenas a parte meio oca do final. Caminho rápido pelas ruas: sou quase um foguete. Coço o nariz mesmo quando não minto; é a rinite, que me ataca sempre. Tenho falado cada vez mais sozinha. Converso comigo mesma no calçadão, quando seco os cabelos, e antes de dormir. Quando sou pega em flagrante, ensaio um tom meio musical, que passe a mensagem mais sã de que "não sou louca, estou apenas cantando". Quando me deito, os cabelos não podem encostar a pele: pra cima, e longe de se enroscar nas orelhas, de atrapalhar o meu sono de princesa. Fujo de semi-conhecidos (chega a ser incrível a quantidade de chaves, celulares e papéis que eu TENHO que pegar na bolsa, sabem como é...). Interrompo os outros, para não me fugir a idéia no ponto alto de conversas - e me arrependo, minutos mais tarde. Ensaio diálogos que quase nunca se concluem, ao telefone. E muito menos ao vivo. Quase chuto pessoas que caminham devagar, quando na minha frente. Não dialogo com coerência assim que acordo. E nunca, em hipótese alguma, tente discutir comigo pela manhã - ainda mais, se não quiser ouvir algo que te machucará. Será i-ne-vi-tá-vel.
Faço eu mesma meu leite desnatado, colocando metade do leite integral, e outra metade de água mineral. Não como tomate. Detesto telefone. Nunca tive o hábito de roer as unhas, mas puxo as peles que ficam em volta da unha. Hoje não quero, amanhã necessito. Sou ríspida, e horas depois, amável. Discuto por futebol, e abraço por gosto musical parecido. Na rua, não olho pro lados. E nem para qualquer psiu, fiu-fiu. Pra frente, e reto. Alheia, e indiferente - quem me conhecer, me chamará pelo nome. Algumas vezes, escuto Rita Lee e Roberto, para não cair na mesmice. Passo rímel com a boca aberta. Tropeço mesmo parada, e não consigo dormir em lugares públicos. Ando como uma desabrigada em casa, com roupas velhas ,tops e shortinhus surrados. Sempre confirmo o preço, mesmo sabendo de cor. Não durmo sem saber meu signo do dia seguinte. E não pego no sono se a porta do armário estiver aberta. Necessito de pelo menos quatro litros de água ou refrigerante e um docinho, por dia. Minto meu nome em festas, e à pessoas indesejáveis. Leio o jornal de trás pra frente, e abro a geladeira pra pensar. Além do mais, dobro a ponta das páginas, ao invés de usar o marca-página. Sou estranha? Talvez sim, acredito que não. Nem me importo. Sempre busquei o diferente, e talvez até tais diferenças sejam batidas, manjadas ou então, populares. Vai saber!
Dizem que mania, cada louco tem a sua. Essa são algumas das minhas, ou apenas, as que consigo perceber. E claro, como de perto, ninguém é normal, aqui está minha assinatura, logo embaixo de tudo isso. Porque sem apenas um desses meus pequenos defeitos, poderia ser você, poderia ser a sua irmã, ou a sua amiga. Mas de perto, a uns cinco centímetros, essa é uma face de mim. Apenas uma, das tantas e tão distintas. Gosta quem quiser, e detesta quem puder. Não dizem que são os defeitos que marcam, aprisionam, e apaixonam? Acredito também, ué.