terça-feira, 4 de outubro de 2011

Começar do zero

Tudo na vida tem um começo e um meio. O fim nem sempre é certo, mas quando houver, qual é o problema? Por que não lidar com o fim da maneira mais normal possível? Sem sofrer, sem se culpar. O que se deve pensar é que se fez tudo possível para que não acabasse; mas já que mesmo assim não teve jeito, FIM.

“Fim” é uma palavra tão triste, tão macabra e sombria... Por que ao invés de dizer “fim” não dizemos “recomeço”? Sim. Um recomeço. Nova vida, novos planos, mais experiência, mais maturidade, mais consciência. Lembrar apenas das partes boas vividas e as coisas aprendidas; o resto... é resto! Vai guardar pra que?

Não adianta se culpar, dizendo que não deveria ter feito isso ou aquilo. A vida é feito de riscos que corremos, e quem não arrisca, sinceramente, não tem vida. Quando arriscamos e dá certo, ninguém se arrepende. Por que só se arrepende quando dá errado? Nem no certo ou no errado você saberia o que iria acontecer! Então, aceitar e continuar. Simples. Quero dizer, nem tão simples, eu sei. Mas to tentando colocar isso dentro de mim mesma.

Minha vida é muito mais do que 1 ano, muito mais do que textos, palavras e promessas não cumpridas. Minha vida é cheia e com muitos valores. Valores esses que eu mesma preciso reencontrar agora, e simplesmente, RECOMEÇAR.

Acomode-se ou eternize-se

Acomode-se ou eternize-se


Tá legal, tá legal. Vocês lá, início de relacionamento. “Amor” pra cá, “chuchu” pra lá... Um sentimento enorme de “esse sim é de verdade”. Cuidado! Já me dizia um amigo meu: o amor atual é sempre o maior. E já parou pra pensar? Pense nos seus relacionamentos passados. Repare como o sentimento foi crescendo conforme chegavam amores novos. Pois é. Não é que cresce, é que o anterior diminui. Isso é pura lógica, gente!


Aí, no início é tudo um mar de rosas... Um amor incondicional, interminável, imutável, diferente, perfeito, maravilhoso, eterno... Peraí, ETERNO? Sinta tudo, só não se iluda pensando em eternidade. “Nossa, Juh, como você é racional e fria” – você deve pensar. Mas pensa comigo:


você não achou que seria eterno com todos os anteriores? Você não sentiu as mesmas coisas num início de namoro com todos os anteriores? “Sim, mas esse é diferente né...” – você tenta me convencer. ALÔU! Os outros também eram diferentes na época deles, esqueceu?


Ok, ok. Não vou negar que também penso assim, fico nas nuvens, sinto coisas, enfim. Mas eu tenho consciência de que TUDO pode acontecer. Enquanto tem muita gente que acredita fielmente na eternidade de um amor. Na verdade, estou sendo muito rígida. Quero dizer na eternidade do sentimento de início de um relacionamento. Amor pode e até acho que continue sim (dependendo dos casos), mas aquela coisa de feeling, paixão devastadora, empolgação... Esses aí eu de verdade evito mergulhar a fundo. Não quero desilusões futuras. Prefiro pensar assim e viver coisas boas pra frente (caso tudo isso exista) do que acreditar nesses “sentimentos eternos” e levar um tombo gigante. E no fundo, acho que não existe amor eterno, mas sim, acomodado.


“Felizes para sempre” de filme é muito fácil, porque o filme sempre acaba quando se anuncia o início do “sempre”. Queria ver durante o “sempre” deles pra ter certeza da felicidade anunciada. Infelizmente, é o que toda mulher sonha (eu também, não vou mentir), mas sinceramente, não acho que aconteça. Sapos não viram príncipes da noite pro dia. Sapo nasce sapo e continua sapo pra sempre. Príncipe nasce príncipe, mas nem sempre continua... Pense nisso.

Um protesto em prol do amor

O amor foi esquecido, sua essência guardada nas gavetas empoeiradas, revivido apenas por antigos românticos, e esses sim, sabem o que é a tão aclamada felicidade, porque se não souber realmente o significado da palavra amor, não pode ser feliz.
Amor, simples palavra de apenas 4 letras, porém é a base de tudo, se não souber o valor que um “eu te amo” dito com pureza e veracidade, não tem motivo algum para continuar habitando esse nosso mundo de maravilhas incontáveis. Infelizmente, nos dias de hoje o amor não é valorizado como deveria, já presenciei exemplos deploráveis do amor sendo usado para apenas “catar” alguem, ou até mesmo sendo usado como bom dia…Eu dormi por quantos milhões de anos para o ser humano virar objeto e dando direito a outras pessoas o “pegarem”?
Amar verdadeiramente com todo sentimento é privilégio de poucos, ser correspondido é mais raro ainda, mas a casos reais nos quais o amor é devidamente expressado…Não estou impondo regras ao amor, de jeito algum, estou apenas expondo a forma vulgar, chula, desnecessária nas quais o amor esta sendo imposto.
Se uma pessoa realmente tem caráter, porque usaria o nome do grandioso e sagrado amor para “comer” alguém ou simplesmente iludir alguém? De humanos novamente regredimos a objetos e comida, deplorável…
Então se você ainda respeita o amor, sabe de seu significado e quer que o mundo evolua para um nível menos deplorável e no mínimo respeitavel, repense suas ações sobre o tão desejado amor, e use-o apenas quando for totalmente verdadeiro, sem farsas ou qualquer coisa do tipo. Ame em primeiro lugar a si mesmo, depois pense nos outros, porque se nem você mesmo se ama…quem amará?

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Meu selvagem

Toda mulher por mais independente ou caçadora
Que seja deseja na cama um homem selvagem,
Sedutor e determinado com pitadas de romântismo...
Um homem que pegue com firmeza sem violência
Que domine inteiramente diga e faça o que quiser
Sem pedir licença mas respeitando a vontade da mulher

Vem meu selvagem...
Me beije com ardor e paixão...
Me carregue no colo me jogue na cama...
Me prenda com seu corpo e me beije toda...
Cada pedaçinho do meu corpo
Sem me dar tempo para respirar
Suas caricias vão deixando meu corpo quente em brasa
Sinto você gemer de prazer e isso me excita mais...
Quero-te assim...Meu...somente meu!
Sentir teu prazer explodir!!
Nossos corpos ritmados assim pela paixão...
Pelo tesão!!!
Eu serei tua e você... somente meu!
AMOR SELVAGEM!

domingo, 2 de outubro de 2011

Jogue Sua Aliança Fora – seu relacionamento não existe

Acreditar que o outro estará sempre lá pra você, é uma das ilusões mais antigas nas quais fingimos acreditar. Assinamos contratos, compramos alianças, damos nomes à relação – ficar, namorar, noivar, casar. Tudo numa tentativa em vão de nos amarrarmos ao outro. Queremos estar no controle. Mas afinal, como nos amarrarmos a algo que não existe?

Gênesis

No início, veio a paixão e – de um dia pro outro – temos a sensação que não conseguimos mais viver sem aquela pessoa que, até alguns dias atrás, não existia no nosso universo. Perdemos a concentração, ficamos bobos, falamos coisas idiotas, nos arrependemos. Queremos estar mais bonitos, mais atraentes, mais interessantes. Queremos aquela pessoa pra gente.

Se a paixão persiste, começa-se um relacionamento “oficial”. Desejamos estar do lado da pessoa pra sempre, queremos caminhar juntos, nos visualizamos em todas as situações mais adversas – mas nada parece tão grave, se vocês estiverem unidos. Os dois descobrem o prazer da jornada acompanhada. Alinham gostos, compartilham universos – tudo para fortalecer ainda mais o nó invisível que os une.

Subindo no Barco



Uma vez ouvi, o que acredito ser a melhor metáfora sobre relacionamentos até hoje. Apresento-a:

A vida, é como uma viagem num barquinho. Nascemos em nosso barquinho e passamos a vida navegando, cruzando com pessoas, desviando de outras. Até que, certo dia, você vê alguém em um outro barquinho que te faz querer parar. E aí, você entende, que sua jornada vai ser muito mais feliz se navegarem juntos. Porém, cada barquinho é individual e intransferível – se os dois subirem em um barquinho só, este irá afundar e outro vai ficar sem rumo e provavelmente vai acabar naufragando também. Então vocês decidem que a melhor forma de seguirem juntos, é de mãos dadas – um segura na mão do outro, com força, dispostos a se manterem juntos, não importa o tamanho das ondas que irão enfrentar ou os perigos do mar que são forças constantes querendo separar o laço. Cena bonita de se ver.

E esse laço, funciona por um tempo, às vezes até pra vida toda. Quanto mais tempo juntos, mais adversidades e perigos terão que enfrentar para continuarem unidos. Acontece que, certo dia, uma tempestade chega. No outro, alguém que te encanta passa no barquinho ao lado. Depois, vem um peixe gigante querendo derrubar o barco. Ou, até mais simples – vocês decidem que querem seguir em direções opostas: você quer ir para o norte, ele para o sul.

Mas e todas as promessas de continuarem juntos, haja o que houver? Bem, elas eram verdadeiras. De coração. Mas a maré muda diariamente e você não consegue fingir que não percebe a força que os puxa para direções opostas. E você se sente mal – queria continuar de mãos dadas. Mas a soma de outras coisas pequenas, está cada dia se tornando mais forte. E, de repente, vem uma onda, daquelas que ninguém espera muito e vocês soltam as mãos.

E assim, relacionamentos acabam, mesmo que vocês queiram continuar. E a solidão dói, então vocês lutam, remam e podem até conseguir dar as mãos de novo. Mas, lá no final do horizonte, tem mais ondas se formando. E elas não param para vocês serem felizes. E você, subtamente percebe, que nada daquilo foi concreto – tudo o que viviam, falavam, planejavam, era estranhamente abstrato e assustadoramente frágil.

O Laço Invisível

Caminhar junto é sempre recompensador. Desde que nascemos, precisamos de alguém para preenchermos aquele vazio interno que existe em todos nós. Somos feitos para vivermos em grupo. É muito difícil sobreviver sozinho. Depois que os pais não conseguem mais preencher esse vazio sozinhos, procuramos alguém que o faça. E a sensação de preenchimento é boa, é gostosa, é confortável, é aconchegante. Por isso, lutamos tanto para termos alguém do lado.

E é por isso também, que nos forçamos acreditar nesse laço invisível que nos une. Não conseguimos bancar o fato de que somos livres, de que ninguém segura ninguém, de que ninguém está pronto para segurar e ser segurado. Esperamos que alguém nos salve. Ficamos profundamente ofendidos quando alguém nos fala que quer abandonar a caminhada em parceria. Mas esquecemos de pensar que, poderia ter sido você quem decidiu abandonar o posto – todos estamos sujeitos a querermos mudar de trilha na vida.

Flores de Plástico Não Morrem



Então quer dizer que nada é eterno? Acredito que não. Mas também nunca vivi uma enternidade pra descobrir. Mas se pensarmos nas estatíticas, quantas pessoas você conhece que se relacionam por muitos e muitos anos? Quantas dessas estão felizes? Quantas dessas estão juntas por conveniência?

Mesmo com os números não muito animadores, é provado que dá pra ter uma caminhada feliz de mãos dadas. Assim que entendemos de vez, que a eternidade é muito subjetiva e que jamais poderemos nos amarrar a alguém, os relacionamentos passam a ter outro brilho – cuidamos mais, admiramos mais, observamos mais, nos conectamos mais. Quando reconhecemos que todo mundo têm livre arbítrio para ir embora a qualquer momento, aí sim, passamos a viver intensamente o relacionamento, como se cada beijo, cada toque, cada conversa, fosse a última.

A vida é um fluxo contínuo – nada é estático, nada é permanente. E o amor, é como uma flor delicada, que não pode ser forçada a ser permanente. Você pode ter flores de plástico – que é o que muitas pessoas têm: casamento, família, trabalho, tudo de plástico. O plástico é permamente, mas o amor de verdade é uma incerteza, assim como a vida. E, admitir que as pessoas mudam e permitir que elas sigam o caminho que manda o coração, isso sim, é a maior prova de amor que você poderia dar a alguém. Vinícius mesmo, já sabia de tudo isso quando disse: “Que não seja imortal, posto que é chama,
mas que seja infinito enquanto dure.”

Uma Romântica Sem Cura

Desde menina sempre curti histórias de princesas e príncipes encantados. Cresci ouvindo Tom Jobim, em meio a citações de Shakespeare e Camões, poesias de mamãe e a magia do teatro. Minha infância foi encantada, lúdica, doce… e todas estas experiências me fizeram acreditar no poder das palavras, de pequenas gentilezas, do carinho, cuidado e sobretudo, do amor. Para ser sincera – em relação a relacionamentos -muitas vezes me sinto como se estivesse no século passado– retrasado, vai.

Para mim, um beijo tem muito mais do que troca de salivas, chupadas, língua com língua, tesão. Um beijo tem troca de sentimentos, química, desejo, carinho, envolvimento, paixão, loucura, encantamento. Nunca me imaginei beijando alguém se não sentisse um frio na barriga, coração palpitando – te parece careta? Para mim não é.
E quer saber? O romance não é feio e nem bobo. Ele é incrível, envolvente, sedutor, entorpecente e vale muito a pena ser vivido.

Tudo bem, você pode dizer que estamos no século XXI, desprendidos de tabus e preconceitos, em tempos de sexo livre e sobretudo, cada vez mais mergulhados em agendas insanas no trabalho – buscando nos destacar de alguma forma em meio a tantas novidades e bombardeios de informações. Neste cenário frenético muitas vezes parece mais conveniente satisfazer nossas vontades e instintos sem ter de nos dedicar tanto a pequenos detalhes, como a conquista, o cuidado, a atenção e a entrega. Mas estes pequenos detalhes fazem toda a diferença e transformam instinto em sentimento, prazer, realização, cumplicidade e felicidade. Isso te fará uma pessoa mais completa, acredite – não é idiotice.

Quem não gosta de uma ligação carinhosa no meio do dia? De um presentinho fora de data, de gentilezas e demonstrações inesperadas de afeto? Adoro ler as entrelinhas de um beijo demorado e molhado. A respiração ofegante, o toque, a pegada… tudo intenso, louco, mas nem por isso instantâneo, vazio. Para mim, tudo tem sabor de poesia.



Buscar e querer viver um romance não significa fraqueza emocional, carência…nada disso. Significa querer mais e melhor. Significa que você está preparado para se entregar e dividir carinhos, atenção, cuidado e prazer com outra pessoa que te faz sentir o tempo parar, a voz tremer, o coração bater diferente, o corpo arrepiar. Com alguém que acrescente mais emoção e prazer à sua vida.

Algumas sensações e reações que fazem toda a diferença:

Cuidado e Entrega

Não existe nada mais excitante do que um homem que te faça sentir única. Que se importe com seu prazer, que observe seus desejos e queira satisfazê-los, simplesmente porque isso o satisfaz também.



Sintonia

Quando existe romance as palavras são dispensadas. A gente sabe exatamente o que o outro quer apenas com um olhar, um gesto. A gente não tem vergonha de pedir e nem de fazer nada, simplesmente porque rola química e cumplicidade em cada toque. Isso é pura poesia!

Vontade de ficar perto

Depois do sexo a gente não sente vontade de sair correndo, porque não era só gozar o que importava. A gente pode descansar no colo um do outro, sentir o cheiro do suor e da mistura de nossos perfumes, ganhar um cafuné, trocar olhares , dormir um pouco e acordar querendo mais.

Ser Parte do outro

Descobrir que temos muitas coisas em comum, milhares de discordâncias e que talvez por isso desejamos tanto um ao outro. Descobrir que nos admiramos na cama e fora dela. Que nos completamos de uma forma incrível e que curtimos isso.

Não precisar jogar

A gente liga, manda email, torpedo… a hora que tiver vontade, sem medo de ser inconveniente, sem joguinhos de sedução, sem máscaras. E quando conversamos, o desejo é explicito em nosso timbre de voz, que vibra de vontade de estar perto.



Pode ser que uma transa casual traga uma sensação selvagem de descompromisso, mas ainda assim, não me encanta. Prefiro a intimidade, a cumplicidade. Descobrir a cada dia caminhos que intensifiquem o prazer do outro, a entrega, o orgasmo mais incrível – e isso obviamente não se conquista com casualidades.

Talvez você ainda não tenha encontrado alguém que valesse a pena, ou que tivesse um encantamento tão profundo que te fizesse querer mais do que uma transa. Talvez esteja achando tudo isso aqui uma grande balela, ou não. Mas seja como for, certamente este dia vai chegar e você vai entender como estes sentimentos deliciosos são incuráveis e nunca mais se contentará com nada mais, nada menos do que um indescritível e apaixonante romance.

Homem de Verdade

Outro dia ouvi uma amiga comentar que estava um pouco irritada com seu namorado. O amava e tudo mas, volta e meia, sua sensibilidade “extrema” a deixava incomodada. “Queria que ele fosse mais macho de vez em quando, sabe? Que fizesse mais coisas de homem. Sinto uma invejinha da mulher que reclama que seu homem gosta muito de futebol, que tem o guarda-roupa zoneado, que usa a mesma faca pra margarina e pra geléia.”


A definição de “extrema sensibilidade” que ouvi me deixou confusa quanto às características do tal homem sensível. Porque a minha definição de sensibilidade parecia não se encaixar como a oposta do sujeito “machão”. Por exemplo, um cara que tem o guarda-roupa mais organizado que o meu, não entraria na minha definição de sensível. Talvez super organizado, ou metódico – mas não sensível. Não gostar de futebol também não me parece coisa de homem com sensibilidade. Na verdade, acredito que há em algum lugar, alguma sensibilidade oculta naqueles que vibram tanto por um monte de homens correndo atrás de uma bola. Tem que haver uma sensibilidade escondida na emoção da torcida, na vibração do gol, em cada derrota sofrida – sensibilidade essa que o meu ser não consegue perceber sem esforço (será que sou insensível?). Agora, consigo identificar um certo grau de sensibilidade na história da mesma faca para a margarina e para a geléia – mesmo que mínima. Um cara que percebe que realmente é desagradável a sensação de abrir margarina e ver uma mancha vermelha não identificada no meio, tem que ter um pouco de sensibilidade a mais. Valorizável. No entanto, acho que essa ainda não é a chave. O homem sensível de verdade enxerga muito além da margarina manchada.

O homem sensível é aquele que te olha no olho e já percebe que tem alguma coisa errada. Você não precisa necessariamente chorar ou fazer cara feia para que ele perceba. Muito provavelmente ele não irá identificar qual o problema de cara – afinal isso exige uma sensibilidade quase extraterrestre, principalmente se tratando de homens – mas ele irá perceber que o brilho no seu olho anda um pouco opaco.

O homem sensível não apenas te escuta, te ouve. E ele ouve porque sabe que nessa vida, muito melhor do que falar de si mesmo, é ouvir as pessoas. Porque de suas experiências, você já sabe mas, cada indivíduo que trombamos no caminho tem algo a ensinar. E o homem sensível se interessa de verdade, pergunta, tenta entender, questiona. Fala de si também, é claro, mas só quando conveniente – ele sabe mesmo que temos muito mais a aprender, do que a ensinar.

O homem sensível de verdade, gosta de animais, principalmente de cachorros. Provavelmente muitos irão discordar e dizer que isso não tem nada a ver com sensibilidade – você pode, por exemplo, não gostar de cachorro porque não gosta do cheiro deles, dos latidos e nem das patas sujas caminhando pela casa. Mas o homem sensível de verdade enxerga muito além das patinhas e do rabo abanando. O homem sensível reconhece que os cachorros têm uma outra forma de amor para ensinar. Ele reconhece que eles são muitos superiores a nós em sabedoria quando percebe que para eles não existe rancor, nem mal-humor, nem indisposição, nem maldade. Ele enxerga que, na falta da fala, eles se comunicam conosco pela energia e pelo olhar. E pra reconhecer isso, tem que ter sensibilidade.



O homem sensível de verdade te chama de gostosa, porque realmente te acha gostosa, no sentido mais verdadeiro da palavra. É claro que estou falando daqueles com qual já possui intimidade pois, um homem sensível, não vai chamar uma mulher que não conhece de gostosa. Primeiro, porque ele a enxerga como ser humano e não quer correr o risco de ofendê-la ou passar uma impressão errada. Segundo, porque ele vê a gostosura muito além de decotes e micro-saias. Ele sabe que a mulher gostosa de verdade é aquela em que você toca, e não tem mais vontade de se afastar. A textura da pele, a firmeza dos membros, as curvas escondidas e improváveis, o cheiro natural do corpo – essas coisas dizem muito mais sobre gostosura do que uma simples bunda marcada na calça.

O homem sensível te dá flores – mas somente se sabe que você gosta delas. Caso contrário, ele te dará algo que sabe que significa mais. Nem que seja aquele seu chocolate preferido, ou um sapato igual àquele que você tanto gostava mas que parou de usar por estar com a fivela quebrada. Ele não tem medo de arriscar porque te observa, fica atento aos detalhes. Sabe que esse caminho é mais complicado, mas sabe também que um presente à medida faz toda a diferença.

O homem sensível não vai reparar se a cor do esmalte da sua unha é mais bonita nessa semana do que na semana passada. O homem sensível de verdade vai reparar nas suas mãos. Na maciez, em como elas se movimentam, em como elas pegam. Ele não vai te achar desleixada naqueles dias em que você não fez a unha – pelo contrário, vai até achar interessante ver os seus dedos naturais, sem intervenção das cores.

O homem sensível provavelmente não vai se emocionar com aquela cena improvável do mocinho e da mocinha do filme de comédia romântica, mas vai sentir o olho lacrimejar quando escutar uma história de vida foda. O homem sensível pode ficar ao seu lado se mostrando firme naquele momento em que você mais precisa, mas pode se emocionar posteriormente ao relatar como aquela fase foi difícil. O homem sensível pode não ser tocado pelo fim da novela, mas pode chorar por te ver chorar em meio a uma discussão.

O homem sensível vê além da divisão entre coisas de homem e coisas de mulher. Mesmo que não goste tanto, ele não vai hesitar em pegar uma tábua e te ajudar a cortar as cebolas pro almoço. Nem em lavar a louça enquanto cozinha pois sabe que, entre as duas, essa é a tarefa que ele melhor sabe executar. E faz isso, principalmente, por que não quer vê-la sobrecarregada – prefere vê-la tomando uma cervejinha e se divertindo do que cortando um balde de cebolas sozinha.



O homem sensível não vai querer chamar pra briga aquele cara que te chamou de “Delícia” na balada, mas vai te ensinar que não existe sensação segurança maior do que ter um par de braços grandes te envolvendo em um momento que você está triste.

O homem sensível pode não reparar que você cortou aqueles 3 dedos de cabelo, mas vai reparar em como fica charmosa quando você faz aquele coque bagunçado quando está com pressa, que deixa uns fios caindo no rosto. E em como você fica encantadora nas vezes em que, incansavelmente, tenta manter os fios teimosos para trás.

O homem sensível tem muitas amigas mulheres, porque admira o gênero feminino. Isso não se significa que queira ficar com todas, significa que gosta do jeito delas, tem interesse na vida delas e nos assuntos delas – tão diferentes dos masculinos (que, diga-se de passagem, giram uma boa parte do tempo em torno dos pilares de futebol, carro, mulher ou zoação). É aquele que, desde pequeno, tinha amigas mulheres porque achava chato ter que conversar o tempo todo sobre video game.

Tem muita gente que pode ter chego até esse ponto do texto achando que eu estou descrevendo ou um homossexual ou um homem muito afeminado. Pura ilusão. Tem muito gay que não tem nem 10% das características acima, pelo simples fato que, sensibilidade não tem nada a ver com sexo e sim com pessoas. E nem com feminilidade – aquele cara que de fora parece o Ogro Pai, pode ser o mais sensível que você já conheceu. E pensando por esse ponto de vista, difícil entender porque algumas mulheres insistem em preferir os “machões”. Talvez os conceitos de sensibilidade X feminilidade ainda não estejam completamente definidos. Respeitemos a escolha das que preferem os macho-alfas, pois, como já dizia a poeta “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Mas, assumo que consigo compreender muito mais as outras – afinal, é preciso ser sensível para reconhecer e admirar a sensibilidade alheia.




ps:a alguém que de certo modo fez parte da minha vida.