segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O encontro (o dia ‘D’)


O encontro, O dia ‘D’, pura ansiedade, uma noite antes não dormida, na madrugada já de pé, um banho em apenas cinco minutos. Táxi, aeroporto, avião... As horas não passavam, meu coração saía de mim. Eu voo, eu vou! Dez mil metros de altura (e batimentos por minuto), pela janela do avião a visão mais linda (isso porque eu ainda não havia visto o sorriso dela). Como distração, eu lia Jabor dizer “Eu sei que vou te amar”. A cada escala aumentava o frio na barriga, o celular não saía das mãos, e em cada instante possível por SMS eu dizia “Eu ‘voo’ te ver”. O tempo parecia parado, era o dia mais longo da minha vida. E eu voando, voando em pensamentos. Terra à vista, aterrissagem, “Terra firme”! Ao telefone eu a ela dizia “Estou aqui, não desiste não!”. Passos à frente, táxi, e a caminho do hotel à família eu dizia “Estou bem, ‘tou bem, foi bom, ‘tou feliz demais”.
Hotel, documentos, números, palavras, ansiedade, descoberta, apartamento, a visão do mar “Hum! Que visão mais linda” (isso porque eu ainda não havia visto o sorriso dela).
O Amor, o mar, o som, o sol, a areia, pé no chão. A volta ao apartamento, o banho, a cama e o tempo, apenas duas horas antes de vê-la (pareceram dois anos. O tempo não passava). Ansiedade, a voz dela ao telefone dizia: “tou indo, Amor, ‘tou no ônibus”, meus sonhos, minhas utopias... Impaciência!!!
Às seis, finalmente, ufa! Vou te buscar. E o cara do taxi, cadê? Vou ligar pra ele: “George, ‘tou à espera, sangue bom!”
O táxi a caminho da rodoviária, o caminho (longo), a ligação: “Amor, ‘cê ‘tá onde?, hum! Tudo bem! Faz direitinho, ‘tou indo, me espera”. Apenas 100Km de distância de você (não era isso, mas parecia, o tempo não passava. Ansiedade!).
Cheguei! Onde, como encontrá-la, como reconhecê-la? O coração vai dizer! “Será que minha camisa ‘tá legal? Eu devia ter vindo de azul, dá sorte!”. Vou ligar, quero está ao telefone quando encontrá-la, como foi planejado, legal! Vou surpreendê-la! “Está chamando, atende, atende, atende... (Ah meu Deus, ela não atende, onde ela está?), Vejo as grades do portão de entrada, é por lá que vou, vou entrar “Ela não atende ao telefone” (numa fração de segundos tudo o que vivemos passou pela minha mente), cheguei ao portão, susto, direto, o olhar nela, não vi mais nada, nada, apenas ela, ela me olhou, ela me viu, não me olha mais (será se ela me viu? será que não me reconheceu?), ela ainda não atendeu ao telefone, ‘tou me aproximando, mil sensações em um segundo, ‘tou vendo, é ela, nem sinto o arrepio em minha pele, cheguei, é ela: “Como é que é, não vai me atender não?”.
Vi o sorriso dela, a visão mais linda (Agora sim, a coisa mais linda, o sorriso dela).
O abraço, o nervosismo, o beijo na testa, o nervosismo, o aperto na mão, o nervosismo, o olho no olho, e o nervosismo se foi.
As malas, as palavras, o (curto) caminho para o hotel, o hotel, o CPF, o idiota da portaria, palavras, sentidos, palavras, medo, desejo, palavras, intuição, a janela, palavras, o beijo, palavras, outras sensações, a certeza: ‘É ela’, a nítida certeza de tê-la encontrado, de ter me encontrado nela, de encontrar nela o amor, a minha própria vida, a razão do meu existir. E meus dias nunca mais serão iguais.

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