quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Afinal o q nós mulheres esperamos de um homem?


Não esperam muito, eu garanto. Fazendo parte desse fiel grupo que se preocupa cada vez mais com o sentimento (falo por algumas e não por todas), garanto que não é nada complicado entender o que esperam em um  homem. 

Não sei ao certo, mas homens tem milhares no mundo e o que de fato procuram talvez seja o amor. Exatamente por isso, não deixe que uma mulher se apaixone somente pelo que você tem a oferecer. Faça com que ela goste de você. No fundo, talvez nenhuma mulher saiba exatamente o que quer, mas acredito que elas só querem alguém que tenha uma sensibilidade suficiente para saber diferenciar o dia em que elas precisam de um abraço amigo do dia que querem um beijo maiscaliente. Alguém que saiba instigar o suficiente para que ela queira mais. Que divida seus segredos sem mostrar que isso representa uma ameça. Que não assuste, não pule fases. 

Mulheres gostam de saber o que está por vir, mas não querem um cara completamente prevísivel. Mulher gosta de mensagem no meio da tarde, bombom de vez em quando no fim de semana, um convite inesperado, um beijo na bochecha com gostinho de carinho. Tente aprender a sutil diferença entre um dia de carência e um dia de conversa - eles vêm aos montes e entender o que difere um do outro pode causar milagres.
Não precisa entendê-las por completo, saiba somente respeitar. Respeite sua TPM, saiba compreender suas crises. Não aceite qualquer atitude fútil, mas aprenda a dose necessária para conviver em harmonia com elas. Se necessário (e muitas vezes é), saiba respeitar até o tempo que ela leva para arrumar: a demora não é por mal, sério.

Acima de tudo, se tiver apaixonado, mostre. Não é vergonha nenhuma lembrá-la disso. Entenda que existem os apaixonados (equilibrados) e os melosos. Queira estar na primeira categoria. Mulher gosta de ser lembrada do quanto é desejada, amada ao invés de saber que existe um cara grudento que a sufoca. Uma vez ou outra ela pode estar falante demais, carente demais ou sossegada demais e eu te garanto: Isso passa. Algumas mulheres vivem de fases e se acha que merece, mostre que quer permanecer em todas.

Lembre-se: Dizer um 'eu te amo' uma, duas ou três vezes não faz mal. Se ela não ouvir de você, ela vai querer ouvir de outro e no dia que isso acontecer, meu caro, eu sinto muito por você

Sequestro meu coração


Às vezes você encontra alguém que te rouba, te seqüestra. E não é seqüestro físico não. É seqüestro sentimental, do coração. Às vezes - às vezes não, sempre – seqüestros não são bons, e nesse caso não seria diferente. Às vezes você encontra alguém que te suga tão de leve, que na hora que você percebe, mais da metade de você já se foi. Um vazio preenche o espaço oco e você jura não entender o porquê, mas no fundo sabe a verdade. De vez em quando a gente nem percebe quando acontece, mas às vezes a gente se deixa ser roubado e na hora que percebe o prejuízo, passa a arrepender amargamente por isso.

Aí você começa a querer lutar. Volta a fazer o que fazia antes, corre contra o tempo, contra a vontade, contra o orgulho e às vezes você custa a conseguir. Você tem vontade de ligar para o seqüestrador, para o ladrão que te levou a alma, que levou o melhor que você tinha, mas você resiste, resiste, desiste e liga. E percebe como é engraçado como tudo fica ainda mais vazio depois que cede à vontade que você nem sabe de onde vem – afinal, ele não levou tudo? De repente você começa querer fugir, fugir dele, do pouco que te resta. Você precisa voltar, sabe que precisa se livrar desse cativeiro que deixou ser construído na sua mente, sabe que precisa da razão, mas ela, incompleta, não é capaz de agir. Porque, acredite: razão sem o desequilíbrio do coração também não costuma funcionar. E às vezes você começa querer deixar o desespero bater, mas vai lá e pega um livro, faz de conta que ainda sabe fazer o que gosta e passa a analisar criticamente a situação: Ele conseguiu. Se esse não era seu objetivo – porque, aliás, nunca deve ser! – ele chegou chegando. O que era para ser saudável virou pedra e começou a te machucar, e você passou a sentir que é só você que está sendo machucada também. Percebe que essa não é a primeira vez que você se deixa levar, essa não é a primeira pessoa que te rouba e, se for ou não, você precisa fazer alguma coisa.

Um drible ali, um tapa na cara que a vida te dá aqui e com muita calma, você volta a ser você. Talvez você ainda esteja com a pessoa, talvez não. Se estiver, que você tenha aprendido a moral da história, que, por sinal, agora sim pode ser um conto de fadas. Se não estiver, eu te garanto que os machucados logo virarão cicatrizes e que um belo dia você irá olhar nos olhos dele e pensar: “Estou grata por me ter de volta e ainda mais apaixonada por mim mesma. Obrigada.”

Essa sou eu

Eu sou assim. E eu nem deveria pedir desculpas por isso, porque eu simplesmente sou assim. Às vezes, mudo na velocidade do vento. Em outras, tão rápido como uma tartaruga. E eu nunca pedi que as pessoas tivessem paciência por conta disso, porque sou eu. Eu tenho paciência comigo mesma e sei que certas pessoas não têm. E eu não vou pedir desculpas por conta disso, porque é assim que as coisas funcionam. Posso ser quente, mas sou capaz de chegar à frieza bem rápido. Tenho a péssima mania de insistir no que para mim ainda vale a pena, mesmo que no fundo não valha nada. Sei não, mas eu me acho meio estranha. Gosto de solidão, contanto que minha alma não se sinta só. Gosto de viver rodeada de pessoas, contanto que elas não invadam minha tranqüilidade. E, olha, eu abri mão de parte da minha tranqüilidade por muita coisa nessa vida e não me agrada nem um pouco ficar aqui chorando por certas coisas que no fundo também nem merecem minhas lágrimas. Eu gosto muito de mim, mas me cobro com o fervor de um professor que só quer sacanear seus alunos. Eu gosto de paz, mas posso ser tempestade assim que eu me permitir.

Não gosto de choro, mas vira-e-mexe eu estou chorando. E eu nem me julgo por isso. Eu sou assim. Um tanto desespero, aliado a pouquíssimas doses de razão, mas conectados a muito amor. Sou um borbulho de idéias gritando por alguém que queira me escutar. Sou o sim, mas posso ser o não. Sou o tormento de uma sexta à noite e o tédio de um domingo pela tarde. Eu nunca te disse que eu era simples e nem madura. Eu havia lhe dito que eu sou simplesmente assim. Complexa. E sim, eu lhe dou o direito de cansar, porque eu sempre me canso. Me cansa ser assim às vezes, mas aí a gente vai levando. No fundo, eu gosto disso tudo. Nunca pedi para ninguém me tolerar. Prefiro que as pessoas fiquem perto pelo o que sou e não pelo o que posso oferecer. Se não gosta, simplesmente se afaste.

Eu sou complicada. Eu sei que sou complicada. Mas acho as mudanças tão difíceis quanto equilibrar um ovo na ponta de uma faca presa pela sua boca. Comparação ridícula, eu sei. Mas eu também sei ser ridícula às vezes e para certas coisas minha ficha quase nunca cai. Uma vez me disseram que a gente só muda pela gente mesmo. Se alguém lhe pede para mudar, você não vai porque você não quer. Às vezes acho isso errado, mas tenho medo de ser exatamente isso que acontece. Gosto de me ter assim. Gosto de ser assim, porque eu aprendi a ser quem eu sou. Não foi fácil chegar até aqui e não vai ser fácil chegar até onde quero, mas eu vou tentando. Equilibrando um defeito aqui e outro ali, transbordando em lágrimas enquanto tenho um tsunami de palavras tomando conta de mim. Eu sou assim. 

Eu também te amo...


(Talvez eu devesse situar quem lê esse texto. Talvez não. É só um diálogo perdido memória de um casal. Um diálogo que nunca aconteceu, mas que permaneceu misteriosamente na cabeça de ambos por muito tempo. É parte de dois corações que se amam afastados pela cegueira temporária de paixões. É só a essência de um casal que não consegue ter suas exatidões somadas e, por isso, resolveram se afastar.)

- Oi, boa noite!
- (Silêncio) Cadê sua namorada?
- Boa noite para você também! Mas ela não veio. Tudo bem com você?
- É, estou bem sim. Quanta ironia do destino, ein? Nos fazer encontrarmos logo aqui, sozinhos...
- Uma hora ele ia agir à nosso favor. Demorou muito até.
- Verdade. (Silêncio) Será que a gente pode conversar em outro lugar? Tem muita gente conhecida aqui. Não quero fofoca atravessada depois.
- Claro, vamos ali comprar algo comigo.
(...)
- Mas, e aí? Está gostando do show?
- Estou. Por que veio sem ela?
- Ela não curte esse tipo de coisa. (...) No fundo, imaginei que você estivesse aqui. Lembra quando eu não podia ir aos shows e então eu te ligava só para escutar uma música sequer?
- Lembro. Lembro de muita coisa também.
- Para ser sincero, eu nunca esqueci nada. (Silêncio) Queria te pedir desculpas por tudo que aconteceu.
- Desculpa por ter amado outra mulher?
- Não! Desculpa por ter te feito sofrer, porque eu sei que fiz.
- Olha, eu tive raiva de você. Eu quis esquecer tudo que a gente viveu, porque na verdade, tudo foi parte de um amor que eu vivi sozinha.
- Eu sempre disse que só seríamos amigos...
- E eu sempre achei que pudesse te convencer do contrário, mas quebrei a cara. Seus olhos sempre deixaram bem claro quem você realmente amava e eu sabia que não era eu essa pessoa.
- Você ainda tem raiva de mim?
- Não, porque eu sempre quis te ver feliz. Mesmo que não fosse comigo.
- E eu já nem sei se sou feliz com ela...
- Sinto muito por isso, mas essa foi sua escolha. (...) Por que simplesmente não termina, então?
- Por que acho que tenho medo de não encontrar mais ninguém que goste de mim. (Silêncio) Por que está sozinha? Soube que conheceu outro cara...
- Conheci. Foi logo na época que se envolveu com aquela garota. Eu estava disposta a amar quem me amava, mas não deu muito certo.
- Por que?
- Porque eu o amei, mas não tanto quanto amei outra pessoa.
- Entendo. Ainda está disposta a amar?
- Estou, contanto que seja a pessoa certa.
(...)
- Eu estava com saudade de falar de nós dois, sabia?
- Saudade das coisas que nunca vivemos?
- Incrivelmente, até daquela amizade estranha que tínhamos.
- Eu também sinto falta, mas você bem sabe que eu te amei, mas cansei de viver nossa história sozinha. Como acha que me senti quando você passou do meu lado e não disse uma palavra sequer, porque o 'novo amor da sua vida' o impedia?
- Me dói ouvir você dizer isso.
- Me dói lembrar de nós dois.
- (...) Acho que temos muito o que conversar ainda, mas no meio desse show vai ser impossível.
- É melhor voltarmos. Ela não pode nem sonhar que tivemos essa conversa.
- Ela nem deveria ter feito parte da nossa vida.
- Mas fez! Ainda tem meu telefone?
- Tenho. Ainda tem o meu?
- Não. Eu não conseguia te apagar da memória. Ao menos no celular, eu podia fazer isso.
- (Silêncio) Foi bom rever você.
- Me liga.
- Te ligo. E se cuida.
(E como quem escuta um 'se cuida' como quem ouve um 'te amo', ela simplesmente deu um sussurro:)
- Eu também te amo.

Felicidade pra mim


Descobri que a gente não precisa ser feliz durante todo o tempo. Felicidade não é uma obrigação, é uma realização. Ser feliz não é estar só alegre, mas é conviver com a tristeza e alegria de vez em quando e se sentir bem com isso. Ninguém está 100% feliz, mas a gente pode se sentir feliz uma vez ou outra. Felicidade virou pressão social e estar amargurado com a vida passou a ser proibido. Grande tolice. Alguém muito sábio já disse que só se pode ver as estrelas na escuridão e é exatamente isso que acontece. A gente só dá valor ao céu depois de ter conhecido o inferno. E enquanto as pessoas enxergarem a felicidade como obrigação, ela vai deixar de fazer parte do lado bom da vida e vai passar a ser mais um acontecimento massante e rotineiro que a sociedade tenta nos fazer engolir. 

O mundo não precisa estar do jeito que a gente quer. A gente precisa. E quando a gente simplesmente está, a gente acaba descobrindo que felicidade é a coisa mais simples que existe. E que, ao contrário do que eu pensava, ela não está em grandes acontecimentos ou em uma sequencia enorme de bons fatos. A felicidade está nos detalhes, nos momentos que de vez em quando lembram o quanto a gente se sente realizado por vivê-los. 

Felicidade é acordar com uma vontade louca de sorrir mesmo que os problemas implorem para serem resolvidos. Sabe, ser feliz é deixar certas coisas pra depois e se preocupar com a gente. É se sentir bem. É ser feliz assim do jeito que se é, do jeito que se está. E é aproveitar cada segundo de momento bom que está acontecendo. É saber que ser feliz não é estar sorrindo o tempo todo. Felicidade tem a ver com essência. Tem a ver com bem estar. Tem a ver com paz interior. 

E aí eu descobri uma das coisas mais valiosas que se pode saber: quando a gente se sente tão completo e tão bem com a gente mesmo, as situações fluem tão naturalmente que a felicidade simplesmente vêm. A vida se torna mais leve e certas preocupações passam a ser só detalhe, desses que a gente não precisa perder tempo para se estressar. E quando você percebe, está irradiando sorrisos por aí. Naturalmente e consequentemente.  

É simples amar!


Às vezes acho que amor é coisa de gente louca, sabe? Gente que gosta de se arriscar demais. E eu sei! Já virou clichê dizer que quem não se arrisca não vive, mas vai me dizer que você também não gosta de um pouco de segurança? Só penso que ninguém deve depositar essa segurança em mais ninguém. Ninguém é porto seguro de alguém. E se a pessoa acha que você é o dela, esqueça-a, meu querido. Isso ainda vai trazer sofrimento demais. Aliás, perdoe o conselho, mas fuja também de pessoas que não conseguem ficar sozinhas. Se a pessoa não consegue ser sua própria companhia, como espera que ela seja companhia do outro?

Dizem que amor é coisa de gente louca e talvez seja mesmo. Mas pra isso tem que saber amar.  Para amar, você tem que ser no mínimo ousado. Costumo dizer que amar é entrar em um labirinto sem desejar encontrar a saída, porque você acaba se sentindo bem mesmo perdido lá dentro. Amor é coisa de gente que não se contenta com migalhas.

Não acredito em quem diz que amor que é amor dura para sempre. As pessoas que falam isso tem noção de que para sempre é tempo demais? E que o amor da sua vida pode não durar até o ano que vem? Tudo bem! Certos amores marcam, doem, nos realizam, mas passam! E se tudo nessa vida é tão passageiro, então por que as pessoas insistem em dizer que amor que é amor vai ser eterno? Somos donos do direito de amar quantas vezes acharmos convenientes. Quantas vezes conseguimos amar. É um direito meu amar uma só pessoa durante toda a minha vida se eu me sinto plenamente satisfeita com ela, mas qual o problema em dizer que amei duas ou três vezes? E  nem venha me dizer que se você amou mais de uma vez, você entao confundiou amor com outra coisa já que amor acontece só uma vez na vida. Não, não diga isso.

É preciso saber amar, mas é amor quando a gente acha que é. Aliás, a sutil diferença entre sentir o amor e amar de fato deveria estar claro na cabeça da humanidade. Mas não vou mentir: não está claro na minha também não. E afinal, por que escrever tanto sobre amor? Porque amor causa indignação. É ferida mal fechada, é cicatriz que ficou feia demais com o tempo, é sorriso esboçado em plena madrugada. Porque amar é tão simples quanto ser feliz, mas tão complexo quanto entender a felicidade. E é impossível terminar um texto sobre amor sem ao menos ser clichê, mas você há de concordar comigo que amor, assim como a felicidade, não nasceu pra ser explicado, nasceu pra ser sentido. E, por favor, não me pergunte se eu amei. Serei um eterno poço de dúvidas quanto a isso.

Um enigma,indecifravel


Sou tormento. Me bagunço com a mesma facilidade com que penso. E mesmo quando sou paz, ainda posso fazer barulho. E dizer que sou leve como o vento ou forte como uma tempestade é clichê demais para alguém que não se encaixa nos padrões. Não sou. Aliás, existem mesmo os padrões? Às vezes alma de menina, outras pensamentos de uma idosa. Danço conforme a música, mas adoro sair do ritmo. E sempre trago alguém para dançar comigo.

Cantorias só são válidas se partirem do coração. Cartas e palavras também. Não sei dizer em vão, não sei amar em vão. Porque metade de mim é sentimento e outra ainda também é. (In) Felizmente. Vez em quando eu seguro na mão da vida e atravesso a rua de cabeça erguida. Vez em quando eu prefiro me esconder do mundo. Mas é só de vez em quando. Estou sempre por aqui, engolindo nós e absorvendo encantos.

Adoro a minha bagunça. Me perco, me encontro, me completo. E finjo que sou uma pessoa organizada. E finjo que sei me organizar. Começo e não termino. Concluo antes mesmo de iniciar. E planejo. Olhos fechados e pé no chão. Ou, como prefiro acreditar, olhos abertos, mas voando presa por uma asa só. Sem mais.

Alguém me disse que seria fácil, mas confesso que eu nem acreditei muito. Outro, já previu a dificuldade e me alertou a tempo. Se é fácil ou difícil? Ainda não sei. Além de tormento, sou descoberta.  Me descubro, me cubro, protejo. Me apego, afago e deixo ir. Não fácil, não sem lágrimas. Mas sempre deixo. Adepta da insistência, do coração mole e dos sentimentos exacerbados. Intensidade deveria estar escrito na minha carteira de identidade (alguém deixou esse detalhe passar!).

É pecado se preocupar além? Penso que não. Ninguém nunca me disse nada. E se não disseram, já nem é hora de dizer mais. Sou mudança também, te contei? “Bom dia” de cara amassada. Beijo na testa seguido de um “te cuida”. Fora isso, sou um texto inacabado. Indecifrável. Reticências que não me abandonam, vírgulas que não me deixam em paz. E alguns parágrafos soltos por aí. Um dia você encontra, um dia eu me encontro. Mas enquanto isso não acontece, se cuida viu?!

Mais uma


E se vestia lentamente como fizera em todas aquelas noites. A camisola de seda escorria pelo seu corpo com uma delicadeza invejável e ela aproveitava o momento. Sem ninguém a quem dedicar à ação, ela ia todos os dias delicadamente a estante e passava aquele óleo que trouxera de uma viagem há muito tempo atrás. Sem muitas delongas, pegava um cobertor e deitava certa de que estava sozinha. Sentia os pelos quentes roçando seu corpo e, então, embalada pelo silêncio noturno, dormia feito um anjo de asas feridas.

Fora tomada por pensamentos infames durante todo o tempo que esteve longe, mas a mente sempre permaneceu vagando em um só lugar. Era alimentada pela frustração misturada a felicidade de ser simplesmente assim: indecifrável. Viveu histórias de outras pessoas, presenciou clichês durante a maior parte do tempo. E se rendeu aos laços e pedidos que desejavam sua mudança. Odiava ter que ouvir sua voz interior, mas acabava se rendendo aos planos de ir mudando pouco a pouco.

Era alguém que abandonaria qualquer história a qualquer momento, mas isso nunca a impediu de vivê-las. Era capaz de dormir completamente arrependida, mas nunca acordava com a vontade de ter feito algo. A frieza só se fazia presente quando se tratava de autoproteção. Se recusava a recolher culpas e a tomar novas decisões. Preferia a certeza de um não à dúvida de um talvez - eu disse que sua vida também era um clichê impagável.

Gostava da segurança, da tranqüilidade. Procurava paz. Precisava de espaço mesmo que aquela casa passasse a maior parte do tempo vazia. Sua rotina exalava antigos cheiros, mas isso nunca deixou que ela optasse por antigas escolhas. Frequentava antigos lugares, trocava com estranhos os mesmos olhares de sempre. Era alguém sem nexo ou ordem. Irreal, surreal, real. Era só mais uma.

Acordava todas as manhãs no mesmo horário e mais uma vez usava seu óleo corporal. Calculava seus passos, repensava todos os seus planos. Os sonhos ela deixava para depois. Passava a mão no cabelo certa de que talvez fosse uma pessoa inconsequente,  mas apesar das circunstâncias, gostava de ser alguém assim. Por fim, pensava em uma certeza: suas asas de anjo, que por todas as noites dormiam feridas, acordavam prontas para um novo voo e certas de que novos machucados viriam.

Louca,sonhadora e fora de mim!


Louca de amor, fome de paixão, sede de desejo e vida de fantasias. Louca, pequena e louca. Cresci em tão pouco tempo e em menos ainda já tive desejos. Com medos acabei me tornando forte. Orgulho além da conta fez com que perdesse amores, futilidades tantas, paixões. Angustiada aprendi a lidar com os meus próprios sentimentos. Fui criando novos caminhos nessa minha trilha até o presente, cheguei. Estou aqui! Viva de amores, vida de paixões e como toda mulher de ilusões. Sou dona de mim, mas meu coração me afronta. Me ganha aos poucos, me vence ao fim. Com ele me entrego e por ele assumo erros que não seriam meus, e sim dele. Só dele. Não me culpo e nem o culpo por agir sozinho e não me perguntar o que pode ou não fazer. Ele manda em mim, sou ele – sou dele. Sou de coração, paixão, sou emoção. Cansa, meu bem, quebrar a cara. Bater de frente com a emoção, com a paixão e ter que voltar atrás. Ninguém entende é a frase mais dita. Amores não são entendidos, são vividos. - APREEEEEEENDE! – digo à mim mesma.
Quem dera poder dizer que aprendi. Se de fato essa frase adiantasse não haveria tantos corações quebrados, despedaçados e pisados. Não haveria amores mal acabados e sonhos largados ao vento. Deixados de lado. E mesmo com tantas decepções vividas e tantas vontades largadas, esquecidas não me acabo. Continuo vivendo e acreditando. Cansei. Minhas fantasias crescem a cada dia, minha vontade de ver os amores sendo mais vividos e não chorados ainda me vence. Mesmo quando vejo exemplos do contrário. Acredito. Não há mais em mim medos de me entregar a desejos e sentimentos. Vivo e tenho fome de realizar. Realizo. O que vive dentro de mim, ninguém mais entende. - DEIXA ACONTECER – repito.
Não é assim, o que acontece só se concretiza por que alguém busca, corre atrás e não deixa simplesmente por conta do acaso – ou destino. Seremos mais sonhadores e menos realistas. Muitas vezes funciona. Amores bem resolvidos acontecem sim, vá em frente. Acredite. Caia e levante. Tudo tem sua hora, mas não pára, o tempo corre.

Sim essa sou eu,uma doida varrida

A confusão ainda insiste, o medo ainda ronda e as esperanças, como sempre, ainda presente nos meus dias, na minha vida e nesse destino que insisto em acreditar. Leio revistas, leio livros e ainda escrevo sobre as ânsias que existem em mim; assim vivo. Minhas leituras são calmas e, de certa forma chegam até ser ofensivas de tanta calmaria. Irrito-me e retiro-me diretamente da concentração que me permitia ler algo com tanta delicadeza.
Hoje, estou sentindo-me pura, porém com todos os ataques de uma mulher vítima de uma tensão pré-menstrual. Estou louca, uma doida varrida – como diria minha mãe. Estou feito bicho, uma fera – quase Leoa, da melhor espécie – eu diria. Rio de mim mesma e ainda torno-me completamente irônica (uma puta pura com insanidades, feita de sagacidades). Estou nua aqui! Vejam! Minhas doidices, minhas purezas ou a falta delas estão aqui, olhem! Peço, por favor, tomem-me como aquele licor ardente e que os deixam doidos varridos como eu. – Estou pirando.
Risos, gargalhadas e o desejo por algo mais. Um estresse que embriaga e deixa-me tonta. Criada a laços e amores, estou seguindo ao contrário. Estou do lado de lá. Lá onde o tempo é inexistente; onde o sujeito do verbo intransitivo mais usado em meus desabafos, não sou eu – ainda bem – digo em silêncio. Digo isso, porque gramaticalmente esse verbo não necessita de complemento, portanto na prática o complemento é essencial. Esses amores, essas loucuras, juro, ainda irão matar-me de tanta espera. Ou não. Sempre há o riso e, sempre há esperança. Que eu a tenha!
Com tempo curto como os meus cabelos, que cada vez mais espigam, vou ficando cada dia mais adoidada. Inquieta e bastante, imensamente impulsiva vou catando os detalhes na roupas, nos olhos e no medo que me ronda. Vou bebendo da lembrança para que embriague a esperança. Vou sendo gotas de orvalho que me apaixonam pelo amanhecer.
Desligo-me agora, fecho os olhos que há dias já não sabem o que é descanso. Ardentes e ceguetas, já não enxergam os sonhos a sua frente. Acabo aqui em risos e devaneios. Estou aqui com minha escrita - quase sem nexo e que possam acompanhar-me.

- Aceitam um café amargo e quente? Ou preferem algo mais forte?

Eu, como boa doida varrida, estou pronta para o que der e vier. Que venha!

10 coisas em um homem


Primeiro: Que tenha uma malícia gostosa de sentir durante dias e noites e carregue consigo o meu cheiro, o meu gosto e as palavras sinceras que lhe digo. Tenha interesse em ler-me e não tente escrever em poucas linhas o que sou. Critique esnobe torture com greves de beijos, porém nunca ignore nem ao menos por um segundo. Que tenha humildade e paciência, contudo que tenha orgulho de si e de mim. Que me tenha consigo a todo instante mesmo que eu esteja a milhas e milhas distante.

Segundo: Com firmeza me tenha em seus braços e com mãos grandes acaricie meu rosto. E que seu corpo não interesse tanto quanto seu papo e com ele me faça cair aos seus pés. Perder a cabeça, esquecer o tempo e depois de tudo pedir um tempo, um segundo de carinho e que coma um chocolate napolitano e me faça uma massagem. Tenha cheiro de homem moderno, cabelos nem longos e nem curtos e principalmente que eu caiba exatamente em seu abraço, como se ele fosse um homem polvo.

Terceiro: Que seja atraente, cheiroso e tenha uma boca carnuda. Sorrisos de um lado ao outro e seja mais do que nunca gentil. Que me faça mulher e me faça quente. Não critique minha timidez e muito menos minha falta de vergonha, entenda minhas fraquezas e me peça um strip com gosto de tequila. Deixe-me ser quente e fria. Veloz e preguiça. Calma e nervosa. Deixe-me aos extremos, não gosto de sentir-me morna.

Quarto: Que com os olhos me coma, com os olhos me fale, com olhos entenda ou peça algo mais. Que me conte mentiras sinceras, que saiba fazer uma ótima surpresa e que me traga flores e me beije a todo manhã. Que sonhe comigo e diga com detalhes, que não tenha vergonha de suas fantasias e queria realizá-las comigo. Que divida desejos e realize sonhos. Que toque meu corpo inteiro e que eu sinta arrepio.

Quinto: Que me faça conhecer o que eu nunca havia visto e provado. Que me faça sentir livre e presa. Que me deixe solta e curiosa. Que quebre o gelo, abra latas, encontre o que perdi, acompanhe às reuniões e não me cobre. Que troque lâmpadas, mate baratas e não implique com os berros que darei ao vê-las. Que me faça cócegas, que conte piadas (mesmo que eu não as entenda), que me faça rir, dar gargalhadas até ir ao banheiro.

Sexto: Que eu possa rir, falar, gritar, chorar, me maquiar, me vestir, tomar banho e fazer xixi em sua frente. Que ele entenda a minha imperfeição e mesmo assim diga o quanto sou linda e que seja de coração. Que deite em meu colo e peça cafuné e quando eu cansar não diga: não pára, e sim: obrigada, linda e me dê um beijo. Que ele olhe para mim e pense: ela é quem eu quero junto comigo o resto da vida.

Sétimo: Que ele caminhe de mãos dadas e não solte nunca. Que me mostre o caminho mesmo quando eu estiver de olhos fechados. Que ele se lembre de mim aos seus amigos e não tenha vergonha de falar em mim. Que confie e acredite em mim e converse antes de dormir. Que durma colado em mim e mexendo os pés como eu.

Oitavo: Que não durma logo após fazer amor e que pergunte como foi. Que não peça permissão e confie em si. Que não tenha dúvida se gosto ou não e me beije a todo tempo. Que me abrace e fique calado. Que diga boa noite e bom dia sempre. Que nunca esqueça as boas maneiras nem ao menos quando eu for deselegante – sim, eu posso ser.

Nono: Que acorde ao meu lado e não tenha vergonha de estar descabelado, com mau-hálito e o que for, que me olhe e diga: eu te amo, mesmo que eu esteja escabelada, sem maquiagem e caindo de sono. Que seja gentil e adore a sua sogra. Que entenda a minha sensibilidade e as mutações. A TPM, os cinco minutos e o estresse diário.

Décimo: Que apesar de tudo isso, olhe em meus olhos e entenda cada detalhe de mim. Que seja ele mesmo e assim faça com que eu enlouqueça. Que ame o meu jeito de falar, cantar e até mesmo de ficar calada. Que tenha muita, mas muita paciência e faça com que eu aprenda tudo o que ainda não sei. Que morda, aperte e faça o que tem vontade e nunca diga que não sabe o que falar. Que seja meu e de mais ninguém. E que entenda a minha pseudo- modernidade.

E posso dizer que achu que encontrei esse alguém detalhado em minhas ânsias e atenda as minhas supostas exigências à cima. Que encanta os meus olhos com a sua beleza e meu coração com seu modo de pensar e agir. Alguém que me têm por inteira e me torna uma pessoa melhor.
Posso dizer que estou feliz assim, com as nossas limitações e a nossa busca por crescer, juntos. Esse alguém que nem conhece direito, me entende, gosta de mim e me faz ser e sentir tudo isso que descrevi.
E quero dizer as gurias, esperem! Tenham paciência e acreditem tudo acontece ao seu tempo e existe sim a metade da laranja, um dia ele aparece!
E guris, até para ser canalha tem que haver sensibilidade. Quem muito quer acaba sem nada. Não brinquem com os sentimentos!

Mulher-macho sem razão

Não sou de fingir e enganar o que meu coração pede. Sou franca por mais que eu tente esconder os desejos e ânsias do coração. Não engano e não me faço, sou mulher-macho e não recuo da briga, por mais difícil que meu coração tente agir. Me manda e me consome, me come e por vezes ignora o meu pensamento arrojado. Penso e ajo ao contrário, fujo e tento não sentir o que me vem atento. Atentada, mulher atenta. Ama e rema contra o que o coração pede e implora praticamente se ajoelha aos meus pés pedindo: “Ei! Por favor, faça isso senão pararei de pulsar. Tu vai ver!”. E eu tentando não sentir e não fazer resisto, meu bem. Finjo pra lá e me perco, às vezes, de mim. Falsa tentativa, nada deu certo, e coração veio mais uma vez enlouquecer a minha razão, veio me tirar da sanidade e me mostrar novamente o quanto dói amar e se entregar aos anseios do coração.
Agindo com o coração eu engano, arrependo, sofro e no final, sempre aconteço. Sou mulher-emoção, tenho vermelho sangue e fervente correndo em mim e rezando, sete terços inteiros por ser sempre um coração verdadeiro. Pedindo loucamente para que a razão fique longe, esse coração me tira do sério e me esvaio em lágrimas. Mulher feita dos sentidos e fantasias acredita e sonha como uma criança vive como se tudo fossem rosa do jardim – não é, boba! As rosas têm aqueles espinhos que doem os dedinhos e mais, assim é a vida. Com espinhos que doem na alma. Ferem e interferem no meu coração, na minha alma e nos meus sentidos. Espinhos da vida, do coração e por mais doloridos sempre agem e me fazem correr atrás pelos sentidos e deixar a tal razão à esquerda.
Mulher-macho, forte feito onça, briga feito fera pelo que o coração anseia. Não se entrega ao que não é desejado, não se faz contente com que não for justo e não mente para ver o coração alheio sorridente. É verdade, é mulher forte e safada. Corre atrás e não se cansa. Pega na mão o seu coração e o protege com unhas e dentes. É linda, é façanha. É todo coração e sem mente, por mais que queira. Sorri para toda gente e a emoção sempre se faz presente.
É assim, dias nublados e turvos. Coração calado e inquieto. Horas de tensão e tesão. Mulher que em certas horas colore o preto e branco com um pingo de esperança. É ela, essa mulher com gosto de felicidade que ainda assim chora e sofre. É ela, mulher com gosto de solidão que ainda assim está sempre ao meio da multidão. Mulher faceira e tristonha. Dias de cores e dias ofuscados. Sempre indo e vindo, sempre rindo e fingindo. É ela, que o coração atenta e que a razão a esquece. O coração é quem manda, não adianta falar, pensar e o que for. O coração a sustenta em pé!
Mulherzinha com nervos a flor-da-pele, irradiando os dias, cantando emoção, falando de amor e desamor. É ela, mulherzinha pequena,coração grande e, muitas vezes, sem razão de tanto coração.

Nos liberte

O celular vibra e é ele, com sua mais nova artimanha pra me desapontar e enlouquecer: Sms. Mas tudo bem, porque nada que ele fizesse era capaz de me surpreender àquela altura do campeonato. Nenhum vacilo era novo ou inovador o suficiente pr
a me arrancar uma última lágrima cansada. Não tinha mais esperança, confiança, borboletas no estômago. O fim tava tão claro, acenando pra nós e tão difícil de se aceitar, ainda assim. Eu tentei por vezes ir embora, Deus é testemunha do quanto eu estava decidida. Eu ia mesmo, tava pronta. Mas com ele assim, rebatendo, relutando, me afundando de volta... Como eu ia seguir definitivamente em frente, nessas condições? Apesar dos pesares, não ia conseguir ser feliz impondo um ponto final, deixando o meu maior amor sangrando no chão e sujando o que restou da gente. É só costume, meu anjo, vai passar, confia em mim. E um dia você vai perceber o quão injusto e pequeno é a gente se privar de novos amores, presos numa relação que não é capaz de preencher nenhum de nós dois. Adiar a felicidade, pra sermos infelizes juntos, nessa tortura sem fim. Mais um dia pra que, me diz? A gente acabou, só não vê quem não quer. Talvez daqui a alguns anos, daqui a algumas vidas, quem sabe finalmente damos certo? Se isso não é o fim, é o amor mais triste e vazio que já se teve notícias. Sem nada pra se sustentar além de dor, sem acreditar em promessas ou futuro, ali, existindo por existir. Não faz eu partir sozinha e te mandar notícias de uma vida feliz sem você. Porque eu vou, juro que eu vou, já ultrapassei todos os meus limites aqui. Talvez toda história seja assim, me pego pensando. Os dois não entram juntos, muito menos saem. E não me soa tão injusto, porque quem entra primeiro merece uma saída privilegiada, com menos cicatrizes. Fim, só, talvez até simples, com certeza melhor assim. E em nome do teu apego à liberdade, deixo meu último apelo: Me liberta. Se liberta. Liberta o nosso amor.

Desacostumar

Me ensina a desacostumar que eu vou. Me diz um jeito de não correr pra você, quando mais uma tentativa de nova história não dá certo. Me ajuda, porque eu já não aguento mais acabar te contando mais um dia meu, mais um dia sem você, como sem
pre, só que agora já não me dói. Não sinto mais sua falta, não morro de saudades, não choro, nem sinto meu estômago virar ao contrário quando te vejo, te beijo. Nunca mais tive vontade de dizer que te amo, porque não estou certa se isso seria uma verdade. Muito carinho, talvez. Você sempre vai ser grande parte da minha história e do que eu sou, não dá pra negar, nem apagar. Não seria justo me arrepender, apesar dos pesares e dos pesos de um amor mal vivido. Apesar das cicatrizes permanentes, tivemos também dias felizes, dor e felicidade numa gangorra. Hoje somos dois, duas vidas independentes, que se encostam uma na outra pra descansar de toda essa loucura e essa gente que mente até o nome. Só porque é seguro e familiar, não por qualquer sentimento além disso. Só porque esse parece o caminho de casa e quando se pensa num futuro, os nomes se jogam automaticamente, mesmo sem fazer sentido. Mesmo sem a gente perder os sentidos só de se olhar, mesmo sem entender o que nos prende, se não mais o amor. Mas a verdade é que ninguém tá preso. Então que nos invada o desapego, porque a palavra de ordem é desacostumar.