sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Sou mulher

Sou mulher

Para parar de mistificar o preconceito machista de que as mulheres são especiais, começo por dizer que não são. Não somos especiais, não possuímos qualquer dom divino ou uma inspiração diferente. Podemos ser rudes e tristes, agressivas e mesquinhas assim como o homem ou o meio termo possa aparentar ser.
Sou mulher, ou estou quase lá, mas não sou aquele bichinho frágil e intocável que muitos poetinhas teimam em afirmar que somos, não tenho fragilidades especiais nem um dom de adivinha. 
O instinto de mulher não passa nada mais nada menos do que atenção, que muitos homens teimam em esquecer e deixar passar para o lado. Faz parte dos estereótipos. 
Ser mulher é igual a ser homem, o carácter vem de cada individuo e não do sexo. Por falar em sexo, a mulher gosta tanto de sexo como o homem e nem sempre o homem faz sexo para esvaziar o pacote.
Mitos...
Sou mulher e não gosto do que se fala sobre as mulheres. Não gosto que pensem que por ser mulher tenho um O na testa, que conduzo mal ou que não posso fazer trabalho esforçado. Ser mulher é ser igual a homem, só tenho pena que nem todos os homens tenham consciência disso e tenho mais pena ainda que as mulheres ainda se achem especiais e se afastem dos homens. Não sou feminista e detesto feminismo, só afasta as mulheres, acabando por categorizá-las ainda mais.
Em suma, sou mulher mas não sou parva, portanto quando se diz "Que parva que eu sou" poderia também dizer-se "Que parvo que eu sou".

Como definir o amor


Ocorrem-me várias dúvidas sobre o que é o amor e do que se trata e de pessoas que querem entender o amor. Não há formas e regras de amar, há apenas valores a seguir. Todos tentam definir amor e as palavras são variadas. E o mais comum é a definição ser uma palavra bonita, confortável, alegre. O amor é beleza, o amor é conforto, o amor é doce, o amor é um sentimento nobre. Mas isso todos sabem. Isso tudo se pode sentir, está “á vista” e à mercê de todos os que se apaixonam e gostam de quem lhes faz o bem. Mas também é verdade que sem conheceres o que é mau, não podes saber o que é bom ou melhor. Os pormenores estão nos segredos da vida, tal como os significados das palavras escondem os maiores segredos. O amor trata-se não só de sentir, mas de ser original.

Perguntei a várias pessoas quais as palavras que achavam não ter nada a ver com a palavra amor, palavras que não cabem na sua barreira de definição e comprometi-me a mostrar que essas palavras têm o seu lado que encaixa no amor e o tornam diferente, original e não menos bonito.


Amor é…

  • Física: Esta disciplina é demasiado complexa. Usam-se fórmulas para tudo: energias, movimentos, forças, intensidades de corrente, condutividades, potências… Mas afinal, o amor é simples? O amor é mesmo parecido com física, difícil de entender mas lógico. É exactamente energia quando se fala no nosso aumento de temperatura, é exactamente a velocidade quando nos lembramos das batidas do coração. E no entanto é tão complexo que não existem constantes ou valores exactos para essas mesmas velocidades. O amor é complexo como a física e ponto final.
  • Equação: Engraçado foi a fórmula que inventaram para dizer que esta palavra não estava relacionada com amor e essa mesma tentativa de negar a relação levou à confirmação do facto de existir um cara-metade neste mundo. X + Y = 1. Duas pessoas que se amam precisam de ser um só, e para isso X=Y e X e Y são ½.  Só sendo metade cada um se podem completar da forma Una do amor.  X – Y = 0, quando perdes a pessoa que amas não te sentes sem nada, como um zero?
  • Cabelo: Para quem não sabe a maior parte do nosso cabelo é constituído por carbono amorfo, que após milhares de anos se transforma em diamante. Uma grama do nosso cabelo pode ser transformada numa quantidade razoável de diamante em menos de 3 semanas, como já é feito no Brasil. O amor é um cabelo sim, porque de simples carvão podemos fazer algo precioso. Se uma pequena parte de nós vale tanto, não é lógico ter um pouco de amor próprio?
  • Faca: O amor fere quando leva à desilusão e ao desgosto. Mas quem disse que não pode ser uma boa definição. A maior faca que nos corta é a do primeiro amor ou do primeiro beijo, porque deixa cicatrizes. Essas cicatrizes são memórias, que mesmo tendo baixos também têm altos e nada melhor que essas memórias para saber e aprender em relação aos procedimentos em relações futuras. E pode ser uma faca se pretender moldar. Imagine que você não era de carne e osso, nem o seu amante, mas sim de esferovite. As pessoas precisam de se moldar aos gostos, ás qualidades e aos defeitos. Como duas placas de esferovite, usem a faca (o amor) para cortarem as metades ideais e se encaixarem na perfeição.
  • Crime: Para mim o amor é um crime perfeito, e não deixa vestígios. É suficientemente fascinante para dar uma boa história, e quem não gosta de suspense? Não é por acaso que se morre de amores por alguém, e a melhor arma do mundo é o amor. Não associem o lado negro do crime ao amor, mas sim o lado doce do amor ao crime.  O amor é um crime ao qual estamos todos sujeitos. As pistas são escassas aos que o observam, mas são numerosas e bem guardadas por quem o vive. Ou seja, é um crime perfeito porque quem nos vê a amar não percebe como é o amor como aquele que o sente. Aqueles que nos investigam não sabem o plano perfeito que existe na relação, somos excelentes criminosos quando o nosso amor é infalível a partir dos nosso empenho e capacidade de proteger uma relação. Aqui “a perfeição” é a capacidade de nos fazer feliz, e esta frase é para quem se sente feliz com o amor retribuído de alguém. Não devemos julgar amores falhados e tornar um fracasso num conceito universal de amor. Amar será sempre bom. É um crime…e depois? O pecado também é, e ninguém lhe resiste.
  • Pecado: Do crime vamos ao pecado. Todos conhecem os 7 pecados mortais (ou capitais), e a meu ver podem associar-se muito bem ao amor. A avareza no seu significado primitivo refere-se ao dinheiro, mas é bem verdade que quando se ama verdadeiramente, existe um desejo insaciável e o apego pela pessoa que queremos só para nós. A ira nasce bem do ciúme, que é bem próprio do amor. Há quem se saiba conter, dependendo da personalidade, mas é muito normal. E não há relação que não tenha as suas discussões, na verdade, estas são essenciais para limar as arestas da relação.  A gula e a luxúria…meus amigos…não vos lembra aquela vontade de beijar ou abraçar uma pessoa como se fosse a coisa mais doce que temos? E no sexo, o desejo e o amor juntam-se e é impossível não cometermos o segundo pecado. Osoberbo e a vaidade é o facto de não termos vergonha do ridículo que é o amor, do quão pegajoso pode parecer o acto de amar. É mostrarmos ao mundo que temos o melhor ao nosso lado, que podemos partilhar, mas é nosso porque foi e é a nossa conquista diária. Já apreguiça, significando aversão ao trabalho, toda a gente sente um certo gosto em estar na cama e dormir mais 5 minutos, em estar deitado junto á lareira e não nos apetecer levantar para sentir o calor. Esse gosto e conforto também se sente no amor, quando temos “preguiça” de nos despedir da pessoa que amamos, de repetir várias vezes, “tenho de ir”, e mesmo assim querer ficar o dobro do tempo.