domingo, 27 de março de 2011

Eu não sei parar de te olhar.

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Te olho nos olhos e você reclama que te olho muito profundamente. Desculpa, tudo que vivi foi profundamente... Eu te ensinei quem sou e você foi me tirando os espaços entre os abraços. Guarda-me apenas uma fresta. Eu que sempre fui livre, não importava o que os outros dissessem. Até onde posso ir para te resgatar? Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade de me inventar de novo. Desculpa, se te olho profundamente, rente à pele a ponto de ver seus ancestrais nos seus traços, a ponto de ver a estrada muito antes dos seus passos. Eu não vou separar as minhas vitórias dos meus fracassos! Eu não vou renunciar a mim, nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser vibrante, errante, sujo, livre, quente. Eu quero estar viva e permanecer te olhando profundamente'.

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