segunda-feira, 21 de março de 2011

A margem de mim mesma

Sinto-me à margem de minha própria vida.
À margem dos amigos que deixei no passado (e as juras? onde moram agora? num túmulo florido?)
à margem dos amores doentios que me davam prazer, (eles sempre me deixaram à margem, eu já disse uma vez que sou masoquista, não?!)
à margem do meu trabalho, (palavrório, impotência, quem sou eu? um dinheirinho para sobreviver)
à margem de meus estudos (aonde isso vai me levar? queria poder errar menos; viver mais na realidade; sonho em ser uma escritora razoável, algum dia, talvez, mais que isso é ilusão)
à margem da minha família, (mãe, um beijo de café da manhã, amo você, queria ter tempo para dormir entre você e papai... eu ainda tenho medo... papai se pudesse quebraria todos os relógios do tempo, eu sei)
do meu garoto (vejo você como meu Jesus?)
também à margem da religião...
deixei de lado minha vida espiritual, não concordo com a idéia que a Igreja me oferece:
Jesus morreu por você; sofreu por você; foi chicoteado por você; martirizou-se para salvar a você...
E cruzes com sangue... coroa de espinhos.
é muito fácil notar que essa idéia de "liberte-se, você tem um salvador que sofreu por seus pecados" nos torna adoradores do sofrimento alheio.
quem é que não sorri tendo em vista seu bode expiatório? (finalmente, me explicaram o sentido dessa expressão)
acho que volto à velha concepção de que somos bem e mal, e sei que não devo explicar, vocês entendem.

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