terça-feira, 19 de julho de 2011

Me amarás

Amarás! Este é teu mandamento perpétuo. Quero abraços como os teus, criança minha! Quero mãos que suavizam como as tuas, sorriso meu. Amarás! Não há culpa em conjugar o verbo. Nem aqui, nem por lá, à outrem! Se te coloco em minha vida, não permito que saias nunca mais. Se minha boca beija teus pés, feito o sal beija a água do mar, não te deixo caminhar sem as pernas minhas pra te sustentar entre as veredas, entre os campos dourados de gramas lisas.

Queria te fazer como pintura, como o Criador moldura sua Cri-Ação. Soprar-te-ei as primeiras palavras de doçura, banhar-me-ei da alma tua em canto e poesia, e verei repousada tua sombra nas pedras de cores vizinhas do Ártico. Sua pele assim na minha, seu jeito de me olhar; o jeito com que tocas minha face, aquele jeito de pirraça que insiste em ficar. Da pouca idade que temos, dos poucos instantes que conseguimos morar juntas, nos nossos mundos inventados e longínquos, digo que queria ancorar barco e desejar me deitar. Sentir os elementos da natureza a se moverem como ondas nos órgãos nossos. Que o coração pudesse falar e cantar nossos nomes em coro alto com o sol elevado de mar.

Que a paixão que vem não se vá! Não, não sou boa, só! Amarás!

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