domingo, 4 de setembro de 2011

LIBERTA

LIBERTA

A mulher gente,
geme ao parir
abre o ventre que
gera a vida
e verte a lágrima
ao ver partir,
quem ama.
Filhos.
A mulher gente,
arruma a cama
para deitar a cria
ou ser donzela.
Sob o sol ou chuva
vira esposa ou concubina,
depende de quem zela.
Amores.
A mulher gente,
treme de querer,
por tanto sofrer e
prefere punir-se,
entregar o útero
para saciar a fome,
da prole, do próximo,
do homem!
Cortesia.
A mulher gente,
não se abate
na sangria do mês
firme e intrépida com batom
nos lábios e salto nos pés
vestido apertado
indo ao trabalho.
Agravo.
A mulher gente,
cala os desejos
em detrimento
dos anseios
do suposto ao lado.
Amamenta durante
a vida inteira o
ser amado, recém-nascido
ou bem criado!
Obstinada.
A mulher gente,
fala com os olhos
gritando por um agrado:
Não é brilhante, nem casa,
carro, viagem, roupa, um
achado!
É o sentido da vida
a liberdade perdida
do amor errado.
Devolva-me
o útero alterado
o seio alargado
o sexo solicitado
o filho adotado,
sou gente
a mulher é obra
divina.
Objeto desapropriado

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