quarta-feira, 1 de agosto de 2012

E cadê meu manual de instruções?


E cadê meu manual de instruções?
E cadê você, pessoa pelo qual eu, se conseguisse achar tal documento poderia entregá-lo em mãos abertas, nervosas e ansiosas. Cheias de vontade. Pelo qual eu esperaria minutos, horas, dias, meses a fio, até que você conseguisse compreendê-lo; coisa que  julgo nem eu mesma conseguir.
Porém, nem um, muito menos os dois.
Bastaria te encontrar que eu mesma trataria de fazer minhas próprias instruções e fazê-lo entender.
Perdoe-me, para isso se faria necessário eu compreender-me. Mas não tem desculpa, não!
Eu me simplificaria, traduziria meus códigos, mudaria a forma de persuasão. Aceitaria deslizes teus, deslizes meus.
Mas não tem motivo, nem pessoa.
Seria fácil nascer cada qual com seu manual de instruções, amarrado junto à fralda ou descobrí-lo em algum lugar singelo quando a hora estivesse em ponto. O momento estivesse exato.
Mas não.
Me encontre e me dê o  manual.
Eu também preciso. Até mais demasiado que tu. Porque gostar de mim não é fácil, e esse deveria ser um dos tópicos de introdução deste.
Porque também não sou boa com sentimentos nem com pessoas, além de não ser boa quanto a mim.
Eu sempre sei como estragar, e saber, já é um grande passo pra concretizar o feito.
Me faça te gostar do jeito certo, me entenda, me teste.
E apesar de não saber onde buscar teu segredo.
Está em tuas mãos.
Basta eu te gostar, gostando assim, não me faria necessário regras, tópicos ou instruções; porque mesmo que eu as tivesse não daria para remendar nada. Eu sou ilegal.
E mesmo que eu ignore, fale que não, esperneie, pare no meio do caminho. Faça com que eu não tenha escolha. Leia nos meus olhos, porque eu nem sempre conjugo. Prolixa sou.
Não seja demasiado bom, nem demasiado violento. Seja um mistério. Eu adoro tudo aquilo que me instiga e me faz buscar, que me faz querer compreender... para que no final, eu veja que de nada sei.
E que, me aponte as contradições de minhas certezas repetidas.
Percebes, tudo que digo se resume em uma contradição, inclusive o "tudo" que já disse até esse ponto.
E se quiser me aparecer assim, em um dia casual, natural, com palavras moldadas, com sorrisos automáticos. Agradeceria.
Ou se você for aquele pelo qual sempre vou estar presa, tenha pressa apenas em existir. Em viver em mim. Mostre-me você.
Porque há noites que preciso demasiado de tu, que nem sei onde estás.
E há dias que quero muito ter alguém a quem dramatizar, virar as costas, e rasgar meu orgulho todo em pedaços. Faça-me rasgá-lo e perdê-lo.
Mas venha, venha logo. Logo, apressado, sútil e no momento.
Se o momento não for logo, que quando o chegue, faça parecer que os dias nem sequer passaram, faça que não haja lembranças de vontades guardadas.
Mas exista, por favor, ao menos exista.

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