quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011


BRUXAS

Sabe, acho que somos bruxas quando sentimos nossas almas livres, a despeito do que a sociedade pode pensar, e quando temos nossa vida em nossas mãos com responsabilidade, mas sem culpas, sem medos idiotas.

Nos sentimos bruxas quando respeitamos nossa menina, nossa mulher e nossa anciã e quando sabemos que envelhecer o corpo não deteriora nossa alma e sim a fortalece. Se deixar amar pelo prazer e envelhecer sem apodrecer é para poucas.

Quando sabemos o quanto nosso poder vem do ventre e o quanto amamentamos a Terra.

Somos bruxas quando sabemos amar, quando espalhamos amor, quando respeitamos nosso corpo, nossa sexualidade; quando olhamos a outra pessoa como algo que temos que ter cuidado e quando sabemos que causar dor ao outro vai causar a nós mesmas.

Sabemos que somos bruxas quando viver não é mais um fardo e sim um imenso prazer diário. Quando a paixão nos faz sentirmos vivas, quando nos apaixonamos sempre e das mais variadas formas possíveis, e quando deixamos esta paixão nos tocar como uma deliciosa masturbação.

Somos bruxas quando respeitamos nosso corpo, quando os bicos dos seios intumescidos não nos causam constrangimento, quando ficamos úmidas e desta umidade regamos nossa alma para que quanto mais molhada ficamos, mais nos dá prazer ficar.

Assumimos nossa bruxaria quando não queremos ficar guardadas dentro de caixinhas cor de rosa, lugares que tão bem cabem às “esposinhas”, mas sim quando queremos viver o vermelho da vida. Para isso arrebentamos correntes, quebramos cadeados, abrimos peito ao vento e deixamos os respingos do mar revolto nos salpicar o corpo nu, mesmo que seja em noite fria, mesmo que nos doa.

Como bruxas assumimos a dor de ser e a delícia do pecado.

Enfim, somos bruxas quando nos harmonizamos buscando o equilíbrio e a integralidade com humanos, plantas, mares, bichos, pedras, rios, sol, chuva, calor, noite, frio, com o amor, o amor, amor...

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