segunda-feira, 14 de março de 2011

[O querer do proibido]





“Tenho juízo, mas não faço tudo certo. Afinal, todo paraíso precisa de um pouco de inferno”. E o meu paraíso é bem mais inferno que paraíso aos olhos de quem vê de fora.

Eu simplesmente não fui criada ou nascida pra ser mais uma a obedecer os moldes e regaras dessa sociedade machista e autoritária. Pra mim lugar de mulher é na revolução, disputando tudo o que puder com os homens, e sempre que possível, se colocando á frente deles. Porque existem mulheres que lutam pra serem iguais aos homens, para ganhar os mesmos salários, trabalhar na mesma carga horária. Já eu não, eu quero mais que isso. Eles já ficaram á frente em muitas coisas e durante muito tempo. Se é pra disputar com eles, estou no tatame e só saio dele vencedora. Eu luto pra ser mais que os homens. Pra deixar de ser humilhada por eles.

"Há homens que têm patroa, há homens que têm mulher, há mulheres que escolhem o que querem ser”. Nem preciso falar em qual categoria eu me encaixo. Eu nasci pra casar, pra tomar conta do lar, pra passar o domingo á beira do fogão, pra passar roupas ir dormir pensando no cardápio do almoço de amanhã. Sim, eu nasci pra isso.

Mas entrar na igreja de branco, e ficar sendo escrava de um marido o resto da vida? Não. Pra isso eu não nasci. Eu nasci pra ser independente, pra conquistar as minhas coisas, pra ser dona do meu nariz. E homem nenhum vai botar o bedelho no que é meu. Minha mãe já diz: “Nem seu pai manda em você, quem dirá um marido te mandar.” Nunca meu pai precisou me dar ordens,ela sempre me diz que preciso de um "domador",não de um marido,rs.

Eu nasci pro amor, pra ser amada de verdade, pra compartilhar tudo. Pra ter ao meu lado, alguém que me veja acordar com o cabelo desgrenhado e com a cara amassada e mesmo assim não deixe de amar. Alguém que durma ao meu lado, e acorde ao meu lado. Alguém pra eu fazer massagem depois do dia de trabalho. Pra eu fazer a comida preferida. E isso, mas eu espero encontrar isso em um homem só . Até porque pra ser tudo isso, tem que ser muito mulher. Sim, eu sou dessas mulheres que escolhem o que querem ser. E eu quero ser mulher, e patroa. Do meu homem.

Quero ser a menina que fica boba, apaixonada olhando a foto colada na parte de trás da agenda, que escreve cartas melosas e faz juras de amor. E quero ser a mulher, que prepara a cama, o banho, os lençóis, que escolhe a lingerie da cor que ele gosta, que arruma os cabelos como ele gosta, que coloca o perfume que ele se arrepia ao sentir o aroma. Quero ser a amante que manda flores após a primeira transa. Quero ser todas em uma só. E quero um só pra mim, pra viver junto. Pra beijar e transar, pra brincar e brigar e depois fazer as pazes. Tudo como em filmes. Eu quero simplesmente ser mulher, sem incomodar ninguém. Ficar no meu inferno que é paraíso, ainda que escondido do mundo, mas feliz com o meu, o meu amor.

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