sexta-feira, 1 de julho de 2011

Juventude transviada

Juventude transviada
Aí eu entrei no Objetivo, no auge de meus onze anos. E o meu cabelo era curto, e preto, e eu era branquela, e eu usava óculos de armação grossa, e só me vestia de preto. Mesmo assim, eu até tinha amigos. Na quinta série todo mundo é amigo de todo mundo. Menos o Marlon, ele não tinha amigos, porque ele era, nerd, puxa-saco, e ruivo. Hoje ele ainda não tem amigos e ainda é nerd, puxa saco e ruivo, mas hoje ele ainda é malhado pelos fatores adicionais de não possuir pêlos corporais e de ter seios. Mas enfim, era óbvio que eu era diferente, mas nada digno de nota.


Aí o tempo foi passando, sem eu perceber. E eu continuo sendo a mesma. Quer dizer, meu cabelo cresceu e ficou vermelho, mas eu ainda fico em casa fritando no MSN o dia inteiro e tenho aversão a luz do sol, e ainda só uso roupa preta, enfim.
Mas agora aquelas meninas vão fritar nas baladas por aí e tem o orkut cheio de fotos em festas, com aparelho combinando com o vestido, e copos com bebidas coloridas e pá... E aí eu me dei conta do quão socialmente fracassada eu sou.
E eu tenho que admitir, que em determinado momento, senti uma invejinha desse povo. Mas aí eu me lembrei de quão falsas são essas pessoas. de quão indiscretas e sensacionalistas elas são. de como falam alto e são vulgares, e me lembro do quão ridículo é essa juventude descoladinha , com as suas gírias tipo "mucho loooooko", que ficam por aí cantando Reggae e falando sobre maconha, sem ter posto, na vida, um único marlboro na boca.
E aí eu agradeço por ser diferente.

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