sexta-feira, 1 de julho de 2011

Loucura

Uma das vantagens de ser tão auto-analítica quanto eu sou é que eu conheço de cor e salteado minhas qualidades e defeitos: De tanto analisar as pessoas ao redor, acabei desvendado a mim mesma. Por essa razão, sei bem que não sou das mais fáceis de se conviver. Geniosa, irritável, hiper-sensível, cabeça-dura, em suma, insuportável. E c'est la vie.
Ma de uns tempos pra cá.... Sabe. Tenho estado mais enrolada nesses últimos quatro meses do que no resto de minha vida. Há dias em que nem eu mesmo me suporto - é muito difícil pra mim conviver comigo. Muitas vezes tenho vontade de abrir um zíper em minhas costas e saltar pra fora do meu corpo, passar uns dois ou três dias dando um tempinho e depois voltar.
Mas é claro que isso seria inútil. Minha aversão momentânea a mim mesma não é puramente física: é pscológica, emocional. Porque conviver com a minha pessoa física e com todos os seus fatores externos é fichinha se comparado a estar dentro da minha mente: Meu emocional pode ser muito confuso. Inconstante. Frágil. Minha psique está sempre trabalhando num ritmo alucinado, com tantos pensamentos distintos surgindo tão indistintamente que às vezes é muito difícil entender minha própria mente: Eu tenho que entregar o trabalho e geografia amanhã, o prof de geografia se veste muito mal, eu preciso comprar roupas novas, cintura alta tá na moda, o prof de geografia é tão alto, porque será que eu sou baixinha assim, ai meudeus o trabalho de geografia é sobre foguetes, os foguetes vão pra lua, as fases da lua influenciam a gravidez, ai meu deus, é a 3ª noite seguida que eu sonho que estou grávida, se eu ficar grávida será que meus peitos vão cair, ai meu deus que sutiã apertado, e por aí vai um dia inteiro de um pensamento puxando o outro e tudo formando um grande bolo de pensamentos desconexos.
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Depois desa óbvia demonstração de insanidade, é natural que muitas vezes eu me pegue perguntando-me se estou louca. Qual o limite entre a loucura e a normalidade? Essa foi a pergunta que enlouqueceu Susanna Kaysen. Acho que hoje nem se diz mais loucura. Pelo menos nunca vi algu´m sendo diagnosticado como louco. Ele pode ser bipolar, depressivo, Obsessivo-compulsivo, hiperativo, índigo, mas louco mesmo eu nunca vi. Quer dizer, louco medicamente comprovado nunca.
Isso me leva a crer que louco não é ninguém, e loucos estamos ficando todos. Fica-se louco ou nascesse louco? Não sei, isso é uma loucura. Ms que de loucos todos temos um pouco, eu estou certa. Todos temos um traço de insanidade em alguma parte da personalidade. todos somos irracionais em algum aspecto da vida.
Mas isso é retornar à pergunta: Afinal,qual o limite entre a loucura e a normalidade? entre o louco-normal e o louco-louco? Como eu sei se eu sou louca ou normal? Se eu sou uma desequilibrada ou apenas uma adolescente em crise? Se sou esperta ou inteligente? Se estou triste ou sou depressiva?
Acho que estou enlouquecendo.

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