domingo, 4 de setembro de 2011

SEDA DE TARENTO

SEDA DE TARENTO

Gritei com você.
Perdi a razão.
Estava com o ódio
provocado, abafado,
dolorido!
Você fala muito mal no meu ouvido,
de mim para mim.
Bandido.
Sensibilidade exarcebada,
náusea, distúrbio. Pirei!
Uma sensação de agulhas
e alfinetadas
descendo por um lado
do corpo:
O esquerdo!
Coração. Que medo.
Foi merecido e estava
oprimido, o gume.
Clamei!
Soltei a voz, errei no verbo,
nem pensei quem iria escutar!
Rasguei a goela, tamanha
a fera que precisava
libertar!
Abri a jaula.
Xinguei a mãe, a filha
e a rameira e não foi
de Santa,
imagina tal elogio.
De baixo
para cima a melhor
palavra seria, meretiz!
Para ela.
E meu orgulho, isso sim.
De perder a conduta
para o filho da ...
que me dividiu assim:
Mulher imperfeita,
mãe incompleta,
amiga ausente.
Irmãos largados.
Sogra doente.
Sem pai ao nascer.
Sem vida antes de você!?
E batendo no peito
dizendo para todo mundo
que você é o melhor
que eu poderia ter?
Branar foi pouco,
o mínimo que eu
podia fazer.
Ínfimo.
E eu arrependida?
Com toda esta nódula
dentro de mim?
Eu deveria ter pisado
com o salto bem alto,
maltratado, agredido,
rasgado sua veia.
Apenas, assim!
Seu recruta,
resumido,
reduzido,
enxerido,
aturdido.
Agora: surdo e calado.
Está preso na teia, da
tarântula que você
mesmo criou. Manipulou.
Neófito, o próprio.
Engole seu veneno.

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