sábado, 25 de agosto de 2012

Meus...

Medos, angústias, peso, dúvidas, infelicidade. Vejo-me em um lugar obscuro, onde nada vejo, onde nada escuto, a um passo do precipício. Meu coração palpita, lateja, está sendo prensado por si próprio, apto a parar, ou quem sabe uma explosão. Eu tento, juro que tento não transpassar o quão isso corrói, mas transpassar-se-á pelos ventos frios que sopram neste escaldante verão. Transpassar-se-á a voc
ê de um jeito leve e aquecido pelo sol – ou aquecido pelo orgulho, como lhe convir – de um modo até meramente sereno, o que até parece lhe agradar. Aos meus olhos, tudo isto parece lhe ser confortável, e você acomodou-se e vai acomodando cada vez mais que eu corro atrás, falo, grito, choro, me desespero, sinto, sangro. A cada instante que os decibéis de minha gritante voz vão aumentando, a flutuar pelo vento, com destino à nada mais, nada menos que seu desprezível, totalmente desprezível, apaixonante e viciante coração, você simplesmente se acomoda e de uma forma demasiadamente repugnante, se conforta. Quanto mais se aproxima e quanto mais você sente as vibrações da minha voz que estão a rolar pelo vento, mais você usufrui de um dos piores sentimentos, a indiferença. E minhas palavras seguem, e vão parar em um precipício, na companhia do abismo e do nada. E é neste momento em que a dor é cravada em meu peito, e em meus olhos, e em minha cabeça, e em meu couro cabeludo, células, órgãos, músculos.. A dor vem à tona derrubando, de forma brusca e fria minha base. “Ei, eu sou uma garota forte, chorar seria uma atitude idiota.” No momento é este meu pensamento, que vem brotando com o pouco de orgulho que me resta. Mas é época de seca, portanto meu orgulho dura somente até o momento em que olho para o espelho e embaçadamente vejo meus olhos marejados de lágrimas, dura até o momento em que eu olho fixa e paralisadamente para o além e de ti me recordo, ou seja, dura somente um segundo

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