segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Milagre

Milagre
- Você é mal amada, amiga.
Foi isso que ela me disse.
Assim. Exatamente com essas palavras.
- Mas não tem como, amiga. - Eu respondo. - Eu nunca amei.
Como pode fazer mal, uma coisa que nunca foi feita?
- E, creio eu, como consequência disso, nunca foi amada. - Concluo a minha opinião a respeito dessa afirmação cruel que a outra fez.
Não sou mal amada porque nunca fui amada.
Entendeu agora, amiga?
Sou uma pessoa desprovida dessa coisa chamada amor. Desse sentimento que pinta de rosa faces, e de alegria, vozes.
A não ser... Conta aquele garoto ruivo gago da 3° série? Se contar, tudo bem, então. Sabia que até hoje acho uma graça quem tem a língua presa? Acho que é por causa de Iuri. Iuri... O menino da 3° série.
É uma droga isso! Sempre acho que gosto de alguém, sabe? Sempre tento colorir minha face e mudar a entonação da minha voz. Mas quando isso acontece, eu acordo.
Porque sempre é um sonho. Ou pesadelo. Nunca é real. Por isso que eu enjoou do elemento em questão.
Estou usando isso como despertador já: se eu acho que gosto, é porque eu não gosto.
Meu rosto é branco e minha voz é normal. Alta quando tem muita gente e quero ser ouvida, ou baixa, quando quero contar um segredo ao pé do ouvido.
Mas, meu rosto é sempre branco. Cor, só quando uso blush. O que é um milagre.
É isso! Tudo na minha vida é um milagre, uma coisa meio metafísica.
Assim que um milagre aparecer e não me deixar acordar, no meu rosto vai haver cor e na minha voz, alegria.
Não que ela seja triste, não mesmo. Mas aquele alegria boba, sabe? Que faz a cabeça de quem tá ouvindo pender para o lado e imaginar as borboletas no estômago que ela gera no causador de tudo aquilo.
Putz, estou brega, já! Vou terminar por aqui, senão isso pode ficar pior, acredite.
Então a resposta final, é:
- Não sou mal amada amiga, só preciso de um milagre!

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