quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Ou 8 ou 80

Existem três tipos de pessoas: Os normais, que sentem, mas não sangram; os excessivos, cujo bater de asas de borboleta no jardim do vizinho lhes açoita e finalmente, os insensíveis.

O primeiro grupo, maior e mais comum, é formado pela maioria dos meus amigos, por meu irmão, meu pai, meus amigos... É constituído por pessoas que se sensibilizam diante de um roteiro dramático, que choram a morte de um ente querido, dizem eu te amo e eventualmente ficam tristes.

O segundo, dos excessivos, é onde me encontro. Não queira fazer parte dele, meu bem. Devo tê-lo herdado de minha mãe e o que posso dizer é que é feito de gente que dói. Doem as dores próprias e as alheias. Doem as injustiças, as notícias de telejornal, o divórcio da madrinha, a doença do avô. Dói além da conta e para extravasar, a gente escreve, pinta, borda, planta bananeira... E mesmo assim, dói. Dói amar e não amar, dói sorrir, dói chorar, dói até quando não está doendo porque a gente se
 sente meio morto. Mas óh, não se engane. Também não quero dizer que sejamos infelizes. Para os excessivos, a felicidade vem absurda – como vem todo o resto. O problema é que tudo é muito, todo sentir vem mal dosado, em proporções cavalares, e aí... Dói. Só quem é, sabe.

Finalmente, temos o terceiro grupo, os insensíveis. Não raramente os confundimos com os excessivos porque de tanto não sentir, eles aprendem a forjar. Forjam alma, lágrimas, zelo, prazer... Com esses sim, há de se ter cuidado.

Invejo pessoas normais, que sentem na medida. Me benzo contra pessoas insensíveis, que devoram o sentimento alheio. E excessiva, sigo doendo.

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