segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Por um fio


Estou chegando no meu limite. Já estou conseguindo sentir o controle escorrendo pelos meus dedos e, por mais força que meu cérebro faça, por mais ordem que ele envie, os mesmo não respondem mais. Sinto meu peito inchar e tremer as estruturas a cada respiração. Piorando a cada segundo. Cada passo dói, cada abrir e fechar de olhos dói, cada palavra pronunciada dói. E as caladas, ainda mais. Por que tudo dói. Dói porque não sinto nada. Dói porque estou sozinha em tudo, pra tudo e está pesado. Muito pesado. Já estou sentindo o controle escorrendo pelas pontas dos dedos. Não consigo fazê-los fechar as mãos em punho e manter-me aqui. Sã. O vazio é enorme e não adianta querer ignorá-lo porque a garganta é boa e forte. Grita. E a minha arranha por cada pensamento fora do planejado, por cada escorregada. Ela arde por cada palavra que quer ser cuspida, lançada. Está pesado e tudo dói. Dói quando eu me mexo porque, se não, não sinto nada. Movimento-me a cada poucos minutos pra ter certeza de que ainda tenho controle do meu corpo. Mas sinto-os sendo sugados, esvaidos de mim sem retorno. Estou sozinha e vazia e dolorida e por um fio. Respiração forte sem impaciencia. Só dor. Está pesado.
Falta pouco e o peito incha mais e as estruturas se partem e tudo consegue doer ainda mais. Mais. Mais. Mais. Já senti o controle escorrendo para o chão. Caiu. Já foi. Perdi.

"...Me vem um desejo doido de gritar!"

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