terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Coisa Minha


A realidade às vezes é esquisita (?!)
As coisas que o mundo tem. As dores que vêm e voltam. Os humores que se esvaem e se purificam. Os sorrisos meio enevoados pela fuligem da vida. O sol nascendo todas as manhãs. As lágrimas rolando dentro dos átrios de um coração. Tantas vezes invisíveis. Uma estrela cadente ao longe e uma certa descrença na realização daqueles pedidos.
As flores dançando ao vento e extravazando o perfume. Ah sim, os perfumes. Eles encaixotam lembranças. Algumas das minhas têm um cheiro tão forte que parece palpável.
Um guarda-chuva rosa com desenhos de Tom e Jerry e bolinhas nas extremidades. Uma casinha azul com telhado duas águas e um grande quintal. O sorveteiro buzinando de tarde. Um cheiro de mato e de café fresco. Agora ficou meio confuso. É quando o sonho se mistura com a realidade e aí tudo fica meio embaçado. Ainda mais se ela - a realidade - estiver na forma verbal pretérita.
As coisas que o mundo tem, a vida tem e o nosso coração também. Inexplicáveis. Simples. Complexas. Coloridas. Monocromáticas. Assintomáticas ou não. Silenciosas. Ensurdecedoras. Sempre se findam, mas nem sempre a gente se lembra de como começaram. E muitas vezes o começo é a chave de tudo. É onde tudo se enraiza. É a partir dele que se criam os ramos.
Enfim, acho que me perdi. Eu pensava falar das coisas que o mundo tem, mas falei do meu mundo. E talvez uma coisa seja como a outra. E "filosofar" não é um das minhas melhores atribuições. Mas de vez em quando é inevitável. Ainda que não seja lá uma grande filosofia. E isso pra mim tanto faz. Eu não almejo o Nobel.
Esse mix de coisas foi um sonho, na verdade. Ao menos foi o que pareceu no início. Depois me identifiquei em muitas dessas situações, como o guarda-chuva rosa. Ele me pertencia na infância.
E isso me fez pensar, relembrar e por um instante, reviver. A realidade às vezes é esquisita. Como eu...

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