segunda-feira, 14 de março de 2011

[...] a parte da vida que desajaria apagar [...]




Dentre todas as dores que um ser humano pode passar, dentre todas as lições ensinadas na escola, dentre todos os valores aprendidos, há um elo perdido, que ninguém explica, mas todos sabem que um dia se depararão com ele. Muitos mais de uma vez na vida.
A perda é a pior dor que o ser humano pode enfrentar. Quando se perde coisas, ainda temos a opotunidade, de substitu-ilas, pois são objetos mensuráveis, podemos comprá-los. Mas quando se perde pessoas, perde-se um lado da vida que e, algum momento irá se manisfestar em nosso coração e nos atormentar com a dúvida: " Será que eu fiz o suficiente?". Porque pessoas são insubstituíveis, e o ser humano ainda não aprendeu que coisas são para serem usadas e pessoas para serem amadas. Ainda amamos coisas e usamos pessoas.
A morte é a dor mais incerta e ao mesmo tempo a única certeza de nossas vidas. Um dilema paradoxal que desde de a existência da humanidade se coloca como a única razão que confronta o ser humano e é capaz de deixá-lo sem reação, sem saber discernir o que fazer. O ser humano não sabe lidar com morte, apenas indaga-se com a dúvida que o vazio da morte lhe causa.
O comodismo é um mal parasitáiro, e o arrependimento será; quando nos deparamos com a morte, a certeza fria de que podíamos ter feito bem mais por quem amamos. Talvez nós não saibamos entender a falta de alguém pode fazer em alguns momentos, por essa falta ser aliada a um sentimento que chamamos de saudade. Mas saudade até então, é algo que pode ser controlado, é algo que se esvai. Quando a morte chega, saudade ganha um outro sabor, torna-se e eterna e amarga como o fel.
O mais importante da vida, já dizia Sheakspeare, é quem você tem na vida e não o que você tem.
O ser humano somente irá aprender a lidar com a morte quando na ausência dela, souber se fazer humano o bastante para superá-la. Não importa como ela venha. Pode ser no golpe de mais um crime que ficará impune, pode ser acompanhada de dor e longos períodos de sofrimento; pode ser silenciosa e fugaz, vindo de repente e suerpreendendo. Não impota como, uma hora ou outra, ela sempre vem. E para se fazer humano e vencer a morte é preciso ser intenso, expressivo e não poupar em nenhum momento atitudes, afeto e carinho. Por isso, não poupe quem convive com você deixando de dizer e demonstrar que você ama. Faça-o constantemente, diga que ama, aproveite, aprenda, viva, conte histórias, dê e receba conselhos, seja humano. Pois quando a morte chegar, você vai olhar pra trás e sentir-se apunhalado pelas costas, por não ter conseguido vencê-la ou por sentir vontade de fazer inúmeras coisas que você não fez enquanto a morte estava adormecida.
O desfecho da vida sempre nos remete à realidade de que pessoas não são eternas, mas que a dor de perdê-las pode ser. E se formos humanos o bastante enquanto a morte adormece, não sentiremos a sua chegada como uma peripécia do destino, como um golpe. Mas como o ponto final de uma existência plena, e o início de uma felicidade sem fim, como um momento de descanso que simplesmente não irá se exaurir. As lembranças de quem parte serão as fagulhas da morte em nossa vida, constantemente presentes rementendo-nos ao passado.
O fundamental é saber fazer tudo valer a pena e evitar a dor de uma saudade eterna.É saber viver intesamente cada momento,e aproveitar quem amamamos enquanto há tempo. Hoje, eu sinto a dor da perda de uma das pessoas que eu mais amava, mas sei eu fui humana o suficiente pra não me deixar vencer pela morte. As lágrimas que derramo, não são o pranto de uma saudade eterna, mas de uma saudade que só me remete a lembranças de que a vida foi bem aproveitada, e o coração que pulsou neste corpo que agora jaz a sete palmos do chão pulsou junto com o meu, fez a minha história como parte da sua. O amor é o remédio para todos os males, e quando o amor já não dá mais conta de fabricar emulsões de cura, entra a morte como aliada e amiga, basta saber senti-la como o descanso eterno para os corações pesados.
[música]
Tears In Heaven -Eric Clapton
[...]Lágrimas No Céu[...]
Será que você sabe o meu nome, se eu vi você no céu?
Seria o mesmo se eu vi você no céu?
Devo ser forte e exercer,
Por que eu sei não pertenço aqui no céu.
Você seguraria a minha mão se eu vi você no céu?
Iria me ajudar a me levantar se eu vi você no céu?
Eu vou encontrar meu caminho através da noite e do dia,
Por que eu sei que não posso ficar aqui no céu.
Tempo pode trazer você pra baixo;
tempo pode dobrar seus joelhos.
Tempo pode quebrar seu coração,
você implorando por favor, implorando, por favor.
Para além da porta há paz eu tenho certeza,
E sei que vai haver mais lágrimas no céu.
Será que você sabe o meu nome, se eu vi você no céu?
Seria o mesmo se eu vi você no céu?
Devo ser forte e seguir em frente,
Por que sei eu não sou daqui do céu.
Por que sei eu não sou daqui do céu.

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